Falso massagista é preso pela 2ª vez por abusar de clientes no Rio
O homem fingia ser homossexual para ganhar a confiança das vítimas e não despertar suspeitas
DANIELE DUTRA
Um falso massagista foi preso na manhã desta quinta-feira (23), no Rio de Janeiro, acusado de abusar de suas clientes. Essa é a segunda vez que Matheus Calainho Cyranka, de 28 anos, é detido pelo mesmo crime. A primeira aconteceu em 2021.
O homem foi preso pela Polícia Civil na casa da mãe dele e se apresentava como Fernando. Ele abordava as vítimas nas redes sociais, geralmente escolhia influenciadoras digitais, e oferecia o serviço em troca de publicidade nas páginas delas.
Segundo a Polícia Civil, a nova prisão aconteceu após Matheus oferecer o serviço de massagem para uma dupla de amigas na última sexta-feira (17), no apartamento de uma delas em Ipanema, zona sul do Rio.
De acordo com o relato das duas vítimas na delegacia, o falso massagista passava as mãos nas partes íntimas delas e esfregava o pênis nas nádegas das clientes.
Desconfiadas da ação, as vítimas começaram a trocar mensagens entre si pelo celular. Quando Matheus realizou a segunda massagem na segunda mulher, a outra amiga passou a acompanhar de perto o procedimento. Mesmo assim, o homem conseguiu abusar das duas.
As mulheres conseguiram filmar Matheus e depois que ele saiu do apartamento, procuraram na internet e descobriram que ele já havia praticado importunação sexual anteriormente. Em seguida, as vítimas foram até à 13ª DP para registrar a denuncia que gerou o pedido de prisão preventiva.
O homem fingia ser homossexual para ganhar a confiança das vítimas e não despertar suspeitas. Após a negociação através de troca de mensagens pela internet, segundo a Polícia, Matheus agendava o serviço na residência das mulheres.
A investigação aponta que Matheus pedia para que as vítimas ficassem de biquíni ou até mesmo peladas. Assim que iniciava as massagens, os abusos também começavam.
Matheus havia sido preso preventivamente em 2021 pelo mesmo crime. Em 2022, foi condenado a dois anos e quatro meses de reclusão no regime semiaberto, mesmo já reincidente. O processo ainda está em grau de recurso, segundo a defesa.
A Polícia Civil diz que o suspeito não tem profissão e continuou praticando o crime, mesmo após condenado.
“Ele insiste nesse tipo de prática que já foi narrada há anos atrás. O importante é que as vítimas procurem um profissional que seja reconhecido no mercado, habilitado e capacitado para realizar esse tipo de prática. E que nunca façam esse tipo de serviço sozinha em sua residência, sem que tenha alguém que saiba que essa pessoa está lá”, declarou Ricardo Barboza de Souza, delegado titular da 13ª DP que investiga o caso.
O delegado acredita que Matheus tenha feito mais vítimas e faz um apelo para que procurem a delegacia.
“Não tenho dúvidas que existem mais vítimas. Elas não devem ter temor ou vergonha de procurar qualquer unidade policial. Nesse caso nós conseguimos a prisão preventiva no plantão judiciário e foi demonstrado que a liberdade dele é um fator de risco, já que é contumaz neste tipo de prática”, afirmou o delegado.
NOVA PRISÃO SURPREENDE DEFESA DO SUSPEITO
Em nota, o advogado José Victor Moraes Barros, que atua a favor do falso massagista, esclarece que ficou surpreso com a nova prisão preventiva de Matheus, informando que pedirá a liberdade do suspeito, com aplicação das medidas cautelares, uma vez que, segundo ele, não há elementos para detenção.
“Ele foi absolvido em dois processos em 2021, tendo sido condenado em outros dois processos criminais que correm em segredo de justiça, estando os mesmos em grau de recurso de apelação junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, não havendo trânsito em julgado, motivo pelo qual seu cliente é inocente”, diz a nota.