Explosão em construção de shopping assusta moradores e danifica carros em Itumbiara

Teria sido provocada intencionalmente para fazer a fundação da obra, mas teria ocorrido de modo irregular e lançou estilhaços no entorno

Samuel Leão Samuel Leão -
Carros atingidos por explosão em Itumbiara. (Foto: Reprodução/TV Anhaguera)

Moradores da região onde está sendo construído um shopping e apartamentos, em Itumbiara, foram surpreendidos com explosão ocorrida na tarde de quarta-feira (08). Inclusive, alguns foram atingidos por pedras que voaram após a detonação do artefato.

A explosão seria para fazer a fundação do prédio, entretanto, a empresa não havia apresentado os devidos documentos para realizar o procedimento à Agência de Meio Ambiente (Ammai) – que já está apurando o caso.

Segundo depoimento de moradores e trabalhadores da região à TV Anhanguera, o barulho foi alto e as pedras voaram nos estabelecimentos do entorno, causando também estragos nos vidros e na lataria dos carros que estavam estacionados.

Uma das moradoras afetadas estava dentro de casa no momento e chegou a ser atingida na cabeça por pedras que atravessaram o telhado mas passa bem.

A Polícia Civil (PC) investiga o caso e o responsável técnico pela obra já recebeu voz de prisão. A Polícia Técnico Científica segue as apurações para identificar os explosivos usados na detonação.

Em nota, a Prefeitura de Itumbiara afirmou que a empresa responsável deverá ressarcir os danos e cobrir os prejuízos. Veja na íntegra.

Diante da explosão verificada na tarde desta quarta-feira, dia 08 de março, nas obras do Complexo Áquila, na Avenida Beira Rio, a Prefeitura Municipal de Itumbiara, INFORMA que através da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMAI) NOTIFICOU a empresa responsável pelas obras, para que apresente a documentação sobre o procedimento, o tipo de artefato utilizado, as respectivas autorizações dos órgãos competentes e ARTs dos profissionais envolvidos no fato, para as devidas apurações.

Diante das respostas, a Prefeitura dará prosseguimento nas medidas administrativas cabíveis por parte do município, sem prejuízo das ações de outros órgãos. A empresa responsável comunicou à Prefeitura que irá ressarcir os danos causados aos prejudicados. A Prefeitura deslocou equipes das áreas de Trânsito, Planejamento, Fiscalização e Meio Ambiente para o local, para organização e controle da situação, com interdição do trânsito e preservação do local para realização de pericia.

O Grupo Áquila, empresa administradora do terreno onde será construído o shopping, emitiu uma nota sobe o assunto na tarde desta quinta-feira (09). Confira:

O Grupo Áquila contratou duas empresas especializadas para realizarem um procedimento para redução e posterior retirada de rochas que estavam localizadas em seu terreno, a R&S Engenharia Ltda, especialista no mercado em escavações e a Motavi Demolição e Terraplanagem. O trabalho foi executado na tarde desta quinta-feira, 8 de março. Não foram usados explosivos, mas sim, cápsulas de gás. O trabalho chamado de desmonte de
rochas, gerou uma pequena explosão (que já está sendo apurada) e o lançamento de resíduos (parte do solo e barro que foi colocado ali para cobrir e proteger), sobre os carros que estavam estacionados próximos à obra e também atingiu o telhado de uma casa. A empresa está prestando toda assistência os envolvidos no problema. Os danos ocorridos e apurados foram apurados e serão ressarcidos pela empresa. A empresa ainda busca demais danos que possam ter sido provocados.

A empresa lamenta o incidente e vem esclarecer:

1. O desmonte de rochas é um procedimento comum na construção civil e foi regularmente programado. A empresa possui todas as licenças e autorizações para suas atividades. A Prefeitura de Itumbiara foi informada da ação e enviou um fiscal de obras e posturas que acompanhou todo o trabalho, bem como a SMT isolou a rua. Não há necessidade de autorizações ou liberações especiais para esse tipo de procedimento, uma vez que não são usados explosivos, mas sim, cápsulas de gás para a implosão, segundo as especialistas Montavi e a R&S informaram ao serem contratadas.

2. O trabalho técnico foi executado pela empresa R&S Engenharia Ltda, especialista no mercado em escavações e pela Motavi Demolição e Terraplanagem, especialista em remoção de rochas. Os motivos pelos quais o incidente ocorreu estão sendo investigados e analisados tecnicamente.

3. Durante o procedimento foram utilizadas cápsulas de gás colocadas nos furos na rocha, cobertos por 20 caminhões de terra para atenuação, que se expandiram excessivamente em função da alta umidade da terra, resultando no lançamento de pequenos fragmentos de terra e barro que faziam supressão da área em questão e
foram deslocados além da área de segurança delimitada pela equipe de engenharia da empresa especialista responsável pelo processo de expansão de gases.

De acordo com o laudo emitido pela Motavi, especialista em procedimentos com cápsulas de gás, e que foi subcontratada pela R&S Engenharia Ltda, para a execução dos serviços, “foi utilizado o produto Pyroblast, classificado como artifício pirotécnico, 1.4 S, homologado no Exército Brasileiro. Produto não explosivo. No acionamento, foi lançado material fora da área de contenção esperada. As principais causas foram a
quantidade insuficiente de cobertura de terra e a quantidade de furos acionados, por ser o primeiro acionamento na área. O local por ter água, deixa a terra mais pesada, com maior massa, ela consegue maior aceleração, ocasionando maior lançamento.” Este laudo técnico foi emitido e assinado pelo engenheiro de Minas, Tales Melo
Ramos, CREA 189956/D, que está à disposição das autoridades constituídas para análise e verificação.

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