Saiba mais sobre substância alucinógena utilizada em rituais espirituais apreendida em Pirenópolis

Droga se popularizou nos últimos anos e tem sido utilizada em rituais espirituais e para tratamento de transtornos mentais

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Substância Bufo Alvarius apreendida pela PC. (Foto: Divulgação)

Uma droga alucinógena extraída da pele e do veneno de um sapo foi apreendida pela Polícia Civil (PC) na cidade de Pirenópolis. Esta foi a primeira vez que o produto foi encontrado pela corporação em Goiás. 

A substância é intitulada de Bufo Alvarius e foi encontrada enterrada dentro do quintal da residência de um líder religioso. 

Segundo a PC, as operações aconteceram nos dias 18 e 28 de março em Goiás e no Rio de Janeiro. No total, foram encontrados aproximadamente 12 gramas da substância nos dois territórios. 

A droga se popularizou nos últimos anos devido às características psicóticas e tem sido utilizada em rituais espirituais no México para o tratamento de transtornos mentais como depressão e ansiedade.

Em 2021 , por exemplo, o ex-lutador de boxe Mike Tyson chegou a assumir publicamente  ter utilizado a substância para ficar mais ‘focado’ nos treinos. 

De acordo com o Instituto Butantan, os usuários costumam extrair e secar o veneno bruto do animal e, posteriormente, fumar ou fazer injeções intravenosas. No entanto, segundo a entidade, a substância pode provocar alucinações, mal-estar, náusea e estimular a extinção dos sapos. 

Além disso, conforme explica o diretor do Laboratório de Biologia Estrutural do Butantan, Carlos Jared, o uso da droga pode representar um hábito perigoso, uma vez que o produto é extraído de um veneno que tem como objetivo causar danos no predador ou agressor e até mesmo matá-lo. 

“Quando um cachorro morde um sapo, por exemplo, as toxinas corroem lentamente a mucosa e entram no sangue. Isso leva algum tempo para acontecer, então ainda é possível lavar a boca do animal e retirar o veneno. Mas fumar ou injetar o veneno bruto diretamente na circulação sanguínea é muito mais perigoso”, diz. 

Em maio de 2021, o ex-diretor da empresa de petróleo LukOil, Alexander Subbotin,  de 43 anos, foi encontrado morto sob suspeita de ter utilizado o veneno durante um ritual espiritual que tinha como objetivo amenizar os danos de uma ressaca. 

 

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