Chuva não deveria ser desculpa para deixar Anápolis cheia de buracos e tecnologia usada no Brasil prova isso

Cidades da região Norte como Belém, Manaus e Rio Branco passam por longos períodos chuvosos e utilizam amplamente o recurso

Davi Galvão Davi Galvão -
Imagem mostra trabalhador fazendo serviço de tapa-buracos (Foto: Divulgação)

Acreditando ter chegado o fim do período de chuvas na região, a Prefeitura de Anápolis anunciou nesta terça-feira (25) o início de um mutirão para tapar os buracos no asfalto da cidade. No entanto, por mais que não seja utilizada no município, existe tecnologia asfáltica que não precisa de tempo firme para ser empregada.

Tanto é que cidades da região Norte como Belém, Manaus e Rio Branco convivem com precipitações durante quase todo o ano e utilizam amplamente o recurso.

Em entrevista ao Portal 6, o engenheiro civil e professor Joaquim Orlando Parada explicou um pouco mais sobre esta solução simples e rápida já disponível no mercado, que é capaz de lidar com a situação e resolver os problemas das vias anapolinas.

O asfalto ensacado a frio é uma tecnologia que utiliza massa asfáltica de Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ). Ele é produzido de forma bastante similar ao convencional, porém, com a adição de certos polímeros que permitem o manuseio do material em temperatura ambiente e estocagem.

O profissional destaca que o produto, assim como qualquer outro “tapa-buraco”, não é uma solução permanente para o cenário. No entanto, é a alternativa para esses períodos longos de chuva.

“O problema do buraco está embaixo do que a gente vê, tá na estrutura do pavimento. O correto seria escavar o local, cerca de 15 a 30 cm, e ‘bater a base de novo’, fazer uma nova estrutura embaixo da capa asfáltica. Essa seria a opção correta”, aponta.

Segundo o engenheiro, o problema da cidade não são as chuvas, mas sim a falta de uma rotina de manutenção adequada da malha asfáltica.

Outro lado

O diretor de obras da Prefeitura Municipal, Albenzio Filho, afirmou ao Portal 6 que, nesta terça-feira (25), Anápolis aumentou de seis para 14 o número de equipes de tapa-buraco espalhadas pela cidade. Entretanto, explicou que a utilização do asfalto ensacado a frio é inviável do ponto de vista logístico, devido aos custos de operação elevados e também a problemas na qualidade deste produto.

Destacou ainda que a Prefeitura utiliza produtos dentre os mais tecnológicos do mercado para lidar com essa problemática. Sustenta também que, embora as chuvas comprometam os trabalhos de reparo, sempre que há um intervalo entre as precipitações, equipes trabalham incansavelmente para reparar as vias.

“Para tapar buraco [o asfalto ensacado a frio] não funciona não, ele é caríssimo e esse asfalto usinado a quente que a gente utiliza, ele é o que tem de mais moderno hoje no mundo”, afirmou.

O produto utilizado atualmente na cidade é o asfalto usinado a quente, que de acordo com o diretor de obras, não pode ser produzido ou manuseado durante períodos chuvosos.

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