Como o bairro Jundiaí passou de “fracasso” para uma das áreas mais nobres de Anápolis
História da região, que até outro nome tinha, foi esquecida por vários habitantes
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Dentre os 275 bairros da cidade de Anápolis, é inegável que um dos que mais se destacam, é o Jundiaí, localizado na região Central da cidade. Atualmente, repleto de mercados, bancos, padarias, escolas, pubs, bares e restaurantes, é difícil imaginar que no início o bairro quase fracassou e por pouco não foi esquecido.
A geração mais nova, que sequer se lembra da mata fechada que ficava no lugar do atual Parque Ipiranga, talvez não possa nem imaginar que, até então, nem mesmo o nome “Jundiaí” existia.
Ao Portal 6, Claudiomir Gonçalves, pesquisador da história do município e criador do perfil @anapolisnarede no Instagram, relembrou que a primeira versão do bairro foi lançada em agosto de 1935 por Odorico Silva Leão, ex-intendente do município.
Na época, a área era consideravelmente menor e a própria nomenclatura era diferente, tendo sido batizado como Parque Jundihay. No entanto, o parque acabou ‘fadada ao fracasso’ naquele momento.
“Como a Região Central ainda tinha muita área livre, o Parque Jundihay não deu certo, porque a população, naquela época, acabou preferindo ir para o Centro”, destacou o estudioso.
A região foi deixada de lado por um tempo, até que em 1941, Jonas Duarte – ex-governador interino de Goiás – adquiriu as terras do antigo Estádio do Jundihay. Elas haviam sido colocadas em leilão para pagamento das contas do Annapolis Sport Club assim, ele aproveitou a oportunidade para anexa-las ao bairro.
Posteriormente, em maio de 1944 começaram as vendas dos 2.676 lotes do Jundiaí, que estavam então sendo relançados com a nomenclatura que os anapolinos tanto conhecem.
O empreendimento partiu da Sociedade Imobiliária de Anápolis, então dirigida por Jonas Duarte e os empresários Plácido de Campos e José Cândido Louza. Os três adquiriram terrenos de Odorico Silva Leão, de Joaquim e outros pequenos proprietários, fazendo da nova área um sucesso.
O historiador ainda comenta que alguns dos pontos que contribuíram para o desfecho positivo da região foram a oferta de áreas para entidades e órgãos públicos. Essas localidades viriam a se tornar espaços bastante renomados da cidade, como o Colégio São Francisco, conventos, o Tiro de Guerra, entre outros.
“Como ele foi criado com ruas largas, bem organizado, com muitas áreas verdes e muitas áreas públicas, acabou se tornando um bairro mais elitizado justamente por causa da própria estrutura, por ser uma área próxima ao centro”, completou.