MPF investigará André Valadão por homotransfobia
"Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso'. Agora está com vocês."
O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar o pastor evangélico André Valadão por suposto crime de homotransfobia. Em um culto transmitido pela internet, o líder religioso insinuou que os fiéis deveriam matar membros da comunidade LGBTQIA+.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) também abriu inquérito contra Valadão por falas agressivas contra pessoas LGBT+.
O episódio no domingo (2) na Igreja Batista Lagoinha em Orlando, nos Estados Unidos. “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, afirmou o Valadão. “Ele diz: ‘Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’. Agora está com vocês.”
O pastor, então, insiste com os fiéis: “Não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”.
O procurador regional dos Direitos do Cidadão no, Acre Lucas Costa Almeida Dias, é o responsável pela denúncia no MPF.
Valadão assumiu no fim de 2022 a liderança da Lagoinha Global, com mais de 700 templos no Brasil e no mundo. Subiu na hierarquia após seu pai, Márcio Valadão, nome respeitado no meio, se aposentar.
Na campanha eleitoral do ano passado, o pastor foi um dos apoiadores evangélicos mais entusiasmados de Jair Bolsonaro (PL).
A investigação do MP-MG atendeu a uma apresentação protocolada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). Ela denunciou um culto feito pelo líder religioso em junho, mês em que é comemorado o Orgulho LGBTQIA+, chamado “Deus odeia o orgulho”.
“Considero que hoje é o mês que Deus mais repugna na humanidade”, disse o pastor. A parlamentar fez uma denúncia complementar desta fala mais recente, para ser anexada ao processo.