Prefeitura de Anápolis tenta conseguir bolsas de sangue para retomada de cirurgias

Item essencial não tem chegado aos hospitais, obrigando médicos a cancelar procedimentos graves

Caio Henrique Caio Henrique -
Fachada do Centro Administrativo em Anápolis. (Foto: Arquivo/Portal 6)

A saga da falta de bolsas de sangue em Anápolis, que vem culminando no cancelamento de cirurgias essenciais e até mortes de pacientes no município, segue ganhando novos desdobramentos.

Até o Ministério Público de Goiás (MPGO) já entrou em cena para tentar reverter o cenário e garantir a continuidade na realização dos procedimentos de urgência.

Desta vez, porém, a novidade no caso diz respeito a um possível novo fornecedor de sangue para a cidade.

Entenda

Desde o dia 27 de junho, o Portal 6 tem acompanhado de perto essa situação. Na data em questão, o cirurgião cardiovascular Walter Vosgrau denunciou a falta de sangue como o fator primordial na morte de uma paciente que já tinha conseguido “o mais difícil”: médicos, hospital e até mesmo uma decisão judicial que autorizava a cirurgia. Só não o sangue.

Daí em diante, a reportagem monitorou o desenrolar do caso assiduamente, realizando até visitas presenciais no Instituto Onco-Hematológico (IOHA), atual fornecedor do material para grande parte do município, e a agência transfusional do Hospital Evangélico Goiano (HEG), epicentro de toda a polêmica.

Foi constatado, à época, que o abastecimento das unidades não era o problema. Isso porque o estoque do banco de sangue estava em dia, com as geladeiras cheias de bolsas dos mais diversos tipos sanguíneos, tanto para o setor privado quanto para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Durante todo esse processo, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) se manteve em silêncio, mas decidiu falar nesta quarta-feira (05).

Ao O Popular, a pasta confidenciou que um documento foi assinado para formalizar a mudança no fornecimento de bolsas de sangue, que agora aconteceriam pelo Hemocentro, via rede estadual. A Secretaria Estadual de Saúde (SES), por sua vez, admitiu a iniciativa afirmando que a mensa está em análise.

A falta de insumos também é um problema no município. Problema esse que a pasta atribuiu à defasagem da tabela SUS em todo o país, e prometeu buscar um desenlace junto ao Estado.

Ao contrário do que diz médicos, pacientes e o próprio Ministério Público, a Semusa sustentou que as cirurgias não foram interrompidas e seguiram sendo realizadas “sem interrupção”, em unidades como o Hospital Municipal Alfredo Abrahão e a Santa Casa.

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