Em Anápolis, diretor do Banco Central traça panorama da inflação e perspectiva de redução para próximos anos

Fórum organizado pelo Sicredi mostrou ainda a pujança do cooperativismo de crédito que não para de crescer no país

Karina Ribeiro Karina Ribeiro -
Imagem mostra da esquerda para direita Pedro Ramos, Diogo Guillen e Alexandre Englert. (Foto: Divulgação/Sicred)

Inflação, panorama dos cenários nacional e internacional, além do crescimento e diversificação das cooperativas de crédito no país. Esse foram alguns dos temas centrais tratados no Fórum Anual de Economia e Cooperativismo de Crédito realizado pelo Sicredi Celeiro Centro Oeste na tarde de terça-feira (11), no Centro de Convenções de Anápolis.

Um dos convidados principais do evento, o diretor de política econômica do Banco Central, Diogo Abry Guillen, falou sobre a política monetária do órgão em relação a inflação e apontou caminho de estudos e perspectivas de um arrefecimento do índice para o próximo ano.

Conforme o especialista, neste momento, embora o último Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tenha tido uma queda de 0,8%  – ainda há preocupação.

“Esse segundo estágio da inflação é um pouco mais difícil, já que serviços e bens de consumo ainda preocupam”, sinalizou ao lembrar que o primeiro estágio de queda ocorreu a partir de  setembro de 2022.

Outro ponto levantado por ele é que a pandemia causou uma espécie de chacoalhada na sazonalidade da composição dos preços dos produtos em escala mundial. Com isso, com a dificuldade de parâmetros, é menos previsível ou lógico cravar o comportamento de alguns setores neste momento.

Embora não tenha citado a questão da taxa Selic, pontuou faróis que compõem a linha do horizonte dos grupos de estudo do Banco Central, como taxa de desemprego, salários ajustados e créditos.

Por fim, disse que, excetuando os países asiáticos, União Europeia e Estados Unidos ainda lutam com inflação acima da média incorporada desde a pandemia. “Agora há também uma expectativa da reabertura de mercado da China”, diz.

Mas que, de forma geral, as projeções apontam para redução da inflação mundial para 2024 e com maior impacto em 2025.

Cooperativismo de crédito

Evento organizado pelo Sicredi revelou a pujança do cooperativismo de crédito no país. Atualmente, com mais de 2,5 mil agências espalhadas no Brasil contabiliza R$ 281 bilhões em ativos totais.

“A cada três anos, em média, conseguimos dobrar nossos ativos. Então não é nenhum espanto se ficarmos acima de R$ 500 bilhões em breve”, diz o diretor executivo de administração do Centro Administrativo Sicredi (CAS), Alexandre Englert Barbosa.

Uma das estratégias do sistema é se instalar em cidades que não possuem esse tipo de modelo de negócio.

O impacto, inclusive, é uma via de mão dupla. Estudos apontam que após a chegada do cooperativismo de crédito há um aumento de 5,6% o Produto Interno Bruto (PIB) do município e aumento de 15, 7% do empreendedorismo local.

Outro horizonte apontado pelo cooperativismo é a investimento em linhas sustentáveis e maior diversificação. De 2019 para cá, são R$ 4 bilhões destinados a carteira de créditos de energia solar.

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