Em crescente, cenário de rap em Goiânia é visto com grande potencial por produtores: “referência”

Recentemente, capital foi a casa do maior festival do gênero no Brasil - o Rap Mix

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Rap Mix, maior festival de rap do Brasil, foi realizado em Goiânia no dia 09 de julho (Foto: Divulgação)

Em um período de apenas dois meses, Goiânia – reconhecida nacionalmente como a capital da música sertaneja – será a casa de dois importantes festivais de rap.

A alta demanda por shows ao vivo de artistas de alcance nacional reforça a tendência de crescimento do gênero, que diverge do gosto tradicional da região.

Na última semana (09), o Rap Mix, maior festival de rap do Brasil, encheu o Estádio Serra Dourada com nomes de destaque do cenário, como Racionais MC’s, Filipe Ret, Poze do Rodo, Djonga, Hungria, entre outros.

Quase dois meses depois, no dia 05 de agosto, será a vez do Cerrado Mix entrar em cena, com a apresentação de artistas como Baco Exu do Blues, Major Rd, Yunk Vino e Cynthia Luz.

Para o produtor musical goiano, Felipe de Freitas, conhecido como KF no Beat, a chegada dos eventos é reflexo da crescente demanda pelo gênero na capital.

“O rap tem crescido muito no mundo todo. Mas Goiânia já tem algumas singularidades que apontam para a tendência, como a cultura forte de batalhas de rimas, que são o berço dos artistas, e o surgimento da rádio Moov”, disse ao Portal 6.

A rádio é dedicada exclusivamente ao R&B, rap, trap, funk e pop, comandada pelo Pedro Tobeats, DJ Big, Inà Avessa, Luz Negra, entre outros integrantes.

“Ter uma rádio só disso mostra como os gêneros estão fortes em Goiânia e alavanca ainda mais artistas, incluindo os locais. Não conheço outra rádio assim no Brasil.”, disse Felipe.

O fundador do Berço Produções, Antônio Devito, que assume o nome artístico Devito, foi outro personagem ouvido pela reportagem.

Ele aponta que há uma série de espaços e eventos que foram criados recentemente, todos voltados para o consumo de rap e subgêneros. Nesse cenário, destaca-se o Meio Bar, Geral Sports e Casa do Trap.

“Acho que qualquer pessoa dos 15 aos 25 anos escuta alguma coisa do rap hoje”, afirmou.

Ele também defendeu que o consumo de rap na capital enfrenta uma grande barreira. Para ele, Goiânia é um dos maiores centros musicais do Brasil inteiro, mas, os investimentos expressivos vão para o sertanejo. Então, artistas locais têm dificuldade em conquistar espaço nas playlists dos goianos.

“Temos muitos artistas bons, que dão a vida pela arte, mas a própria sociedade goiana não tem os ouvidos tão abertos ao rap. Então, os empresários preferem apostar em gêneros mais comerciais, como é o caso do sertanejo e agora o eletrofunk”, concluiu.

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