Pastor de Anápolis que comandava ‘campo de concentração’ ainda não procurou delegacia para se apresentar

Ao Portal 6, DEAI informou, inclusive, estar investigando possíveis novos casos trazidos à tona após a repercussão do episódio

Samuel Leão Samuel Leão -
Pastor Klaus Júnior, responsável pela clínica comparada a um “campo de concentração”, se entregou na madrugada deste sábado (02). (Foto: Edição/ Portal 6)

Após eclodir a descoberta das irregularidades na clínica clandestina Amparo Centro Terapêutico, a Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (DEAI) afirmou ainda não ter notícias relativas ao paradeiro do pastor e proprietário da unidade, Klaus Júnior. O caso veio à tona nesta quarta-feira (30), graças a uma operação da Polícia Civil (PC).

Ao Portal 6, a DEAI revelou com exclusividade que o pastor segue foragido, mas que as guarnições estão efetuando diligências ainda nesta quinta-feira (31). O caso ganhou repercussão nacional pelas condições precárias e torturantes nas quais viviam os internos, expostas em ação encabeçada pelo delegado Manoel Vanderic, titular da unidade.

À reportagem, a delegacia também relatou estar averiguando novas denúncias, que surgiram pela repercussão causada ao redor do tema. Portanto, existe a possibilidade que a operação ganhe uma nova dimensão e investigue casos semelhantes ao da clínica clandestina – descrita por Vanderic como um ‘campo de concentração’.

Foi revelado também que os dois proprietários eram pastores, atuantes na Igreja Batista Nova Vida Anápolis. A pastora Suelen, esposa de Klaus, ainda ocupava o cargo comissionado de gerente na Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), pelo qual recebia mais de R$ 5,2 mil.

Ela já foi, inclusive, exonerada pela gestão municipal, após ser presa nesta quarta-feira (30). Tanto ela quanto o marido irão responder pelos crimes de tortura e cárcere privado.

Relembre

Na noite desta terça-feira (29), a Polícia Civil (PC) fechou uma clínica clandestina que abrigava 50 pacientes em condições sanitárias insalubres, sob torturas e cárcere privado. A descoberta só foi possível após um idoso com diversos ferimentos ter comparecido ao Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA).

A corporação rastreou a origem dele e descobriu diversos outros indivíduos em condições semelhantes. Eram adolescentes, usuários de drogas, idosos e até um autista, o qual vivia amarrado à cama. O local chegou a ser comparado, pelo delegado responsável, com um “campo de concentração” e ao Hospital Colônia de Barbacena.

Todos viviam confinados em um só quarto, comendo basicamente arroz e sem contato com o mundo externo. Relatos apontam que medicações eram tomadas de forma forçada, problemas de saúde não recebiam o devido atendimento e o acompanhamento era feito apenas pelos pastores e outros quatro funcionários, sem nenhum especialista capacitado para tal função.

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