Jornalista do Portal 6 lança livro contando a história da Santa Dica de Pirenópolis

O Sussurro da Mulher que Fala pelo Povo: histórias e estórias de Santa Dica em crônicas narrativas foi escrito por Anna Júlia Steckelberg

Denilson Boaventura Denilson Boaventura -
Anna Júlia Steckelberg, jornalista formada pela UFG. (Foto: Arquivo Pessoal)

Neste sábado (14) a jornalista Anna Júlia Steckelberg, do Portal 6, lança o livro O Sussurro da Mulher que Fala pelo Povo: histórias e estórias de Santa Dica em crônicas narrativas.

Fruto do trabalho de conclusão de curso de jornalismo na Universidade Federal de Goiás (UFG), a obra é composta por crônicas, com relatos de parentes e conhecidos de Santa Dica – figura icônica de Pirenópolis.

“Minha intenção ao fazer o livro sempre foi mostrar para as pessoas quem foi Benedita Cipriano Gomes e como sua trajetória foi importante na política goiana”, destaca Anna Júlia.

“Santa Dica foi, por muitas vezes, silenciada por ser mulher. Hoje estudamos Canudos, mas não estudamos aquilo que aconteceu aqui em embaixo do nosso nariz”, complementa.

O lançamento conta com apoio da Prefeitura de Pirenópolis e ocorre no Centro Municipal de Artes e Música Ita e Alaor, das 17h às 21h. Na ocasião também vai rolar bate-papo e sessão de autógrafos com a jornalista.

Confira a sinopse do livro O Sussurro da Mulher que Fala pelo Povo: histórias e estórias de Santa Dica em crônicas narrativas:

“Santa Dica não foi uma santa. Benedita Cipriano Gomes nasceu no início do século XX, no interior de Goiás, e ainda adolescente começou a realizar seus primeiros milagres e premonições. Ela recebia guias espirituais que orientavam suas curas. Sua influência passou a ser tão grande, e ela reuniu tantos seguidores ao redor de sua fazenda Mozondó, que dali nasceu Lagolândia – distrito de Pirenópolis.

Dica dava conselhos, formou um exército, liderou dezenas de homens na revolução de 32, repartiu terras, lutou contra o sistema, questionou os impostos e trabalho. Santa Dica foi ameaçada de morte, perseguida e presa injustamente. Junto a tudo isso, Benedita também foi uma mulher, como qualquer outra, foi mãe, irmã, esposa e avó.

Tentaram dar uma explicação divina para o poder que ela tinha, já que ocupava lugares nos quais mulheres não deveriam estar. Santa Dica foi à frente de seu tempo.

Ora, uma mulher não deve ser tão ousada assim, quiçá deixar a família para trás para comandar um exército, formar um povoado e liderar pessoas. Uma mulher não deve ditar regras, ser uma líder política e ficar na frente de outros coronéis. Uma mulher não deve fazer história. Uma mulher não pode ser Santa Dica.”

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