Alunos denunciam maus-tratos de professora em colégio de Anápolis: “manda a gente se f*der toda aula”

Adolescentes gravaram trechos de aulas, onde a docente emite opiniões pessoais sobre política, guerras e até mesmo conduta, sempre de forma agressiva

Davi Galvão Davi Galvão -
Fachada do CEPI Padre Trindade. (Foto: Cléver Marcello)

“Ela manda a gente se f*der toda aula. Nem estou mais querendo ir para escola porque não acho que vou para ser tratada assim. Também não acho certo professor ficar falando sobre política e vida pessoal o tempo todo”.

Esta é a grave denúncia feita por alunos do sétimo e nono ano do ensino fundamental do Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) Padre Trindade, em Anápolis, para com uma das professoras responsável pelo ensino de História.

Áudios gravados durante as aulas e encaminhados ao Portal 6 comprovam essa situação e demonstram alguns destes momentos no qual a docente, segundo os próprios adolescentes, pausa o ensino da matéria para fazer comentários e dar opiniões pessoais, muitas vezes de forma agressiva.

São diversos os casos de ataques a confiabilidade do processo eleitoral, ameaças ao presidente eleito e a membros do STF, além de zombaria e repreensão para aqueles com ideias contrárias.

Em um dos momentos, ela questiona o fato de o presidente Lula ter sido eleito na última disputa presidencial pois, segundo ela, ele não conseguiria nem sair na rua sem sofrer represálias. Chega até mesmo a afirmar que gostaria de, caso surgisse a oportunidade, poder ela mesma agredi-lo.

“O presidente de vocês ele não sai nas ruas, nem aqui e nem fora do Brasil, sem ser humilhado […] Quem é cidadão de bem não aceita homem daquele lá não. O dia que eu encontrar com aquele homem [Lula] eu quero cinco minutos com ele, ir no pescoço dele “, é possível ouvir na gravação.

A docente ainda comenta sobre o preço dos alimentos em geral, incluindo a elevação do valor da carne. Porém, ao ser questionada por um aluno de que a família estava comprando os itens citados abaixo do valor por ela mencionado, passou a zombar da resposta.

Indo para assuntos pertinentes à geopolítica, também disse o que pensava acerca do conflito entre Israel e Palestina. Conforme ela mesmo afirma, os judeus são o povo escolhido por Deus e, portanto, merecedores da vitória.

“Onde tem líder do Hamas estão destruindo tudo […] Deus está do lado de quem? [Israel, em coro], mas para isso, infelizmente muito derramamento de sangue tem de acontecer”, diz, em certo ponto.

Alegou ainda que o Lula estaria  do lado do Hamas, apoiando o grupo, visto por ele como uma “vítima da sociedade”. Ao falar sobre os ataques lançados por Israel, ainda ironizou os bombardeios.

“Estados Unidos mandaram um avião supersônico para Israel de míssil [onomatopeia de explosões] Achei tão bonitinho aquele tanto de ‘míssilzinho’ caindo assim [mais onomatopeias] Adoro!”, brincou.

Os alunos também reclamaram da postura violenta da docente com relação aos gostos pessoais que tinham, por não serem “do agrado de Deus”, repreendendo-os repetidas vezes.

“Agora bate e bunda eu tenho certeza que vocês sabem tudinho. Não sabem nada de Deus, agora de bater bunda e cantar essas musicas mundanas ai filha da… [vocês sabem] eu tenho pena de vocês que acham que tem que aproveitar a vida porque só se vive ela uma vez. Um dia a conta chega”, foi gravada dizendo.

Diante dos fatos, a reportagem entrou em contato com a Secretária de Estado da Educação (Seduc) para saber se algum tipo de investigação seria feita para elucidar o caso e quais alternativas os alunos teriam. No entanto, mesmo após prolongamento do prazo, a pasta não foi capaz de enviar uma resposta em tempo hábil.

 

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