Líder do Hamas chega ao Egito para negociar nova trégua em Gaza
O grupo busca um novo acordo para interromper os combates em Gaza durante uma semana em troca da possível libertação de mais 40 reféns israelenses
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, desembarcou no Cairo nesta quarta-feira (20) para conversas com oficiais egípcios que vêm mediando negociações com Israel sobre um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Esta é a segunda vez que Haniyeh, que mora no Qatar, visita o Egito desde o início da guerra. Ele iria se reunir com o chefe de inteligência egípcio, Abbas Kamel.
Representantes do Hamas disseram à agência de notícias AFP que o grupo busca um novo acordo para interromper os combates em Gaza durante uma semana em troca da possível libertação de mais 40 reféns israelenses.
Um dirigente do Hamas afirmou, contudo, que “um cessar-fogo total e a retirada do Exército de ocupação israelense de Gaza são condições necessárias para qualquer troca” entre reféns israelenses e prisioneiros palestinos.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou na terça-feira (19) que o país está “preparado para outra pausa humanitária e uma ajuda humanitária adicional para facilitar a libertação de reféns”. Já o primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, descartou qualquer possibilidade de cessar-fogo sem primeiro ter conseguido “a eliminação” do Hamas.
O número de palestinos mortos na guerra até aqui já passa de 20 mil, segundo autoridades da Faixa de Gaza, que é governada pelo Hamas desde 2007 sob cerco israelense e egípcio. A cifra inclui cerca de 8.000 menores de idade e 6.000 mulheres mortos em operações e bombardeios do Exército israelense outros milhares seguem desaparecidos sob os escombros.
Egito e Qatar foram intermediários da única trégua entre o Hamas e Israel até aqui, no fim de novembro. Na ocasião, foram libertadas 105 pessoas mantidas como reféns em Gaza em troca da soltura de 240 mulheres e menores de idade palestinos encarcerados por Israel.
Quase 250 pessoas foram tomadas como reféns nos ataques terroristas do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, e 129 delas continuam em Gaza, segundo o governo de Israel. Ao todo, cerca de 1.200 pessoas morreram nos atentados, ainda de acordo com as autoridades de Tel Aviv.