“Há 9 meses estamos pedindo reajuste”, diz Sittra sobre paralisação de motoristas da Urban

Urban sustenta que mudanças dependem exclusivamente da anuência da Prefeitura de Anápolis, que segue em silêncio

Samuel Leão Samuel Leão -
Greve pode se iniciar a partir de quinta-feira (22) (Foto: Samuel Leão)

Usuários do transporte coletivo de Anápolis foram surpreendidos, na manhã desta quarta-feira (07), ao chegar na Estação Central, antigo Terminal Rodoviário Urbano.

Isso porque centenas de veículos estavam parados, em forma de protesto, que resultou em enormes filas e uma grande mobilização na região Central.

O Portal 6 apurou, junto ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Município Anápolis (Sittra), Adair Rodrigues, que a situação foi uma resposta à falta de reajuste nos vencimentos dos servidores, que cobram a demanda há mais de 9 meses.

“A categoria está tão ansiosa que decidiu fazer um manifesto, que parou todo o transporte coletivo. Desde junho que tentamos negociar o salário dos funcionários e nem contraproposta da empresa [Urban] recebemos”, afirmou.

“Não é greve, é um manifesto”, reforçou, por fim.

O que diz a Urban

A reportagem também conversou, na manhã desta quarta-feira (07), com o diretor jurídico do Grupo São José, dono da Urban, Carlos Leão.

Ele relatou já ter entrado com ofícios na Prefeitura, também há 9 meses, buscando um reajuste tarifário – que seria responsável justamente por equilibrar as contas da empresa e manter o serviço funcionando, além de garantir o reajuste dos funcionários.

Porém, o diretor sustentou que a administração municipal se mantém em silêncio diante do cenário.

Vale ressaltar que, por contrato, a empresa tem direito de reivindicar mudanças no valor da passagem, com base na planilha de custos. Porém, a situação estaria estagnada desde 2022, o que impacta diretamente no pagamento dos salários.

“Ontem mesmo [06] enviamos mais dois ofícios para a Prefeitura de Anápolis e para a Agência Reguladora Municipal (ARM), porque um serviço assim precisa da anuência do Poder Público para realizar reajustes. No entanto, não tivemos resposta”, relatou.

A mesma realidade foi denunciada por Carlos Leão à reportagem ainda no último mês, quando – em entrevista prévia ao Portal 6 – apontou que a inércia do Centro Administrativo poderia acarretar uma possível paralisação.

“A Prefeitura não toma nenhuma providência, estamos tendo que vender o almoço para comprar a janta”, afirmou, à época.

Confira a nota da empresa na íntegra:

“Os salários estão em dia. Recebemos um ofício do sindicato sobre o reajuste salarial, imediatamente reiteramos a notificação à prefeitura para providências, porque por lei (art. 624 – CLT) é preciso a participação e a autorização do poder público para reajuste salarial, mas a prefeitura não deu qualquer resposta.”

*Colaborou Caio Henrique.

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