Entenda o papel dos envolvidos no assassinato de estudante na porta de colégio em Anápolis

Ao Portal 6, delegado Wlisses Valentim detalhou como o crime aconteceu e as motivações por trás

Samuel Leão Samuel Leão -
Vídeo de câmeras de segurança captou o momento da briga, que terminou em fatalidade. (Foto: Reprodução)

O episódio de violência que chocou Anápolis nesta terça-feira (20), na porta do Colégio Estadual Leiny Lopes, e que resultou na morte do adolescente Nicollas Lima Serafim, de 14 anos, teve a participação de três membros da mesma família.

O Portal 6 conversou com o delegado titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Anápolis, Wllisses Valentim, para entender como tudo aconteceu e o papel dos envolvidos no conflito.

Segundo ele, uma desavença antiga, por ciúmes de uma namorada, que atualmente faz casal com um dos envolvidos – que não se feriu – teria motivado o conflito.

O estopim foram ameaças trocadas na noite anterior, durante uma live no Instagram, na qual os adolescentes jogavam Free Fire. Após o desentendimento, as partes teriam combinado de “resolver as diferenças” na porta do colégio.

O menor relatou aos familiares o ocorrido, e o irmão mais velho, de 20 anos, acabou tomando as dores. A mãe também fez parte da situação toda, levando as armas usadas no crime e, inclusive, sendo flagrada por câmeras de segurança dando “marteladas” em outros alunos na hora do conflito.

“Ela (a mãe) poderia ter procurado as autoridades, mas quis fazer justiça com as próprias mãos. Nos relatou que o filho mais novo teria sofrido ameaças, mas essas ameaças foram mútuas, o que desqualifica a justificativa de legítima defesa. Ela, inclusive, admitiu que levou a faca para o filho mais velho”, detalhou Wlisses.

O filho primogênito é apontado como o autor das agressões e deverá responder por homicídio consumado e outros dois homicídios tentados – referente aos adolescentes que tiveram de ser encaminhados ao Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HEANA), após sofrerem ferimentos no pescoço e abdômen.

“Juntou um monte de moleque lá na porta do colégio para bater no meu irmão, mas eles não tocaram nele porque eu falei que ia lá resolver. Pelo Instagram, me ameaçaram e falaram que iam matar meu irmão. Lá na hora, vieram bater na gente e eu saquei a faca para me defender”, justificou o jovem, de 20 anos, à polícia.

Ele ainda apontou não saber quantos adolescentes esfaqueou, afirmando que teria acertado apenas um – e que sequer sabia o nome da vítima.

“Eles foram para lá preparados para resolver a situação. Nenhum deles tinham antecedentes criminais, e a mãe, naquela atitude inconsequente, levou os filhos para lá”, completou o delegado.

A Polícia Civil (PC) já ouviu alguns dos envolvidos na briga, os quais não se feriram. Ainda serão realizadas as oitivas dos comerciantes do entorno, de funcionários da escola e dos dois adolescentes feridos.

O inquérito tem um prazo de conclusão de 10 dias, e ainda irá examinar evidências centrais do ocorrido, como os laudos cadavéricos e as entrevistas remanescentes. As autoridades também tiveram acesso a outras câmeras de segurança do estabelecimento vizinho, que irão ajudar a esclarecer os fatos.

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