Mãe de garota que engravidou do padrasto cuidava do bebê e acreditava na inocência do marido, diz delegada

Vítima chegou a revelar que havia sido estuprada pelo homem, mas depois mudou versão e responsabilizou suposto colega de escola

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Homem, de 49 anos, foi preso sob a suspeita de ter abusado sexualmente da enteada, de apenas 12 anos. (Foto: Divulgação/PC)

Após a prisão de um padrasto que engravidou a enteada, de 12 anos, em Anápolis, novos detalhes a respeito do envolvimento da mãe da adolescente foram revelados.

Ao Portal 6, a delegada Aline Lopes, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), afirmou que a mulher, de 31 anos, aparentava realmente acreditar na inocência do marido, de 49.

“Eles já possuíam um relacionamento de muito tempo, tendo até mesmo filhos em comum. O padrasto também não tinha nenhum tipo de histórico policial e negou todas as vezes que tinha cometido os abusos, chegando a até oferecer o próprio material genético na delegacia”, destacou.

Além disso, o próprio depoimento da adolescente pode ter gerado essa confusão. Isso porque ela mudou a versão ao longo da investigação.

Segundo a delegada, a denúncia chegou à DPCA em novembro de 2023, momento este em que a vítima estava grávida a cerca de sete a oito meses, e afirmou que tinha sofrido abusos por parte do padrasto.

Diante disso, o homem chegou a ser afastado do convívio familiar, com uma medida protetiva. No entanto, três dias depois, a adolescente negou a primeira versão, apontando que teria mentido, alegando que fez aquilo pois o suspeito estaria “pegando no pé dela”, por usar demais o celular.

A vítima chegou a apontar que tinha sido um colega da escola que a engravidou, mas que esse suposto aluno teria bloqueado ela nas redes sociais e se mudado da unidade de ensino.

Dessa forma, a mãe dela teria ido até a instituição, para saber mais informações sobre esse suposto estudante, sem sucesso.

Apesar da nova história relatada pela adolescente, o bebê nasceu em janeiro de 2024 e, logo após, foram feitos os exames de laboratório. Os resultados, saídos apenas no final de fevereiro, comprovaram: o padrasto era o responsável pela gravidez.

Assim, o homem foi preso preventivamente e deverá responder por estupro de vulnerável.

Já a mãe, que estava cuidando da filha e do neto, também foi detida, e deve ser indiciada por omissão, visto que já tinha sido alertada pela vítima sobre os abusos, mas acabou acreditando na versão do marido.

A adolescente ficou sob a guarda do pai dela, assim como o bebê.

Relembre o caso

O caso teve início após uma professora perceber que a garota tinha apresentado mudanças de comportamento e utilizava roupas de frio largas, mesmo em dias quentes.

Além disso, a educadora reparou que ela apresentava um volume abdominal incomum, levantando a suspeita de gravidez.

Após conversar com a adolescente, ela confessou que sofria abusos desde os 08 anos e que, depois dos atos libidinosos, o padrasto sempre colocava um terço sobre a barriga dela e rezava.

Assim, a escola repassou a denúncia para o Conselho Tutelar, que acionou a Polícia Civil (PC) para dar continuidade às investigações.

Dessa forma, a prisão preventiva dos dois suspeitos foi concretizada nesta terça-feira (27), e ambos se encontram à disposição da Justiça.

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