“Espero um dia ter a oportunidade”, diz Jean Carlos sobre sonho de ser candidato a prefeito de Anápolis

Ao '6 perguntas para' desta semana, vereador diz ter sido procurado por outras siglas para disputar reeleição à Câmara Municipal e que no momento avalia a situação

Pedro Hara Pedro Hara -
Vereador Jean Carlos
Vereador Jean Carlos durante sessão na Câmara de Anápolis. (Foto: Ismael Vieira/Câmara de Anápolis)

Vereador em Anápolis nas últimas três legislaturas, defendendo principalmente os servidores públicos do município, Jean Carlos (UB) disputará novamente uma das 23 cadeiras da Casa.

Reeleito em 2020 pelo DEM (atual União Brasil), ele admite que pode deixar o partido pela “forma infeliz e desrespeitosa” que a legenda vem sendo conduzido em âmbito municipal.

Ao ‘6 perguntas para’ desta semana, Jean criticou o “comportamento antiético e incompatível” de alguns dirigentes em um partido como o UB.

Com a abertura da janela partidária na última quinta-feira (07), o vereador diz ter sido procurado por outras siglas e que no momento avalia a situação.

Após alguns atritos com Roberto Naves (Republicanos), o prefeito exonerou da Administração Municipal nomes ligados ao vereador. Sem entrar em polêmicas, ele aponta que a decisão de nomear ou exonerar cabe ao prefeito, mas ressalta que todos que lá estavam tinham “capacidade técnica” de ocupar os cargos.

Apesar de “motivado” para disputar à reeleição, Jean diz estar “preparado” para dar o próximo passo e disputar a Prefeitura de Anápolis.

6 perguntas para Jean Carlos

1. Seu mandato tem uma forte ligação com o servidor público, sobretudo da administração centralizada. Como define a situação da categoria hoje no que diz respeito a valorização, salário e condições de trabalho?

Jean Carlos: Sou defensor e representante dos servidores. Durante os nossos mandatos, tivemos conquistas importantes, como o acesso ao IPASGO, o adicional de titulação, o vale-alimentação, a regularização da gratificação de produtividade, o reajuste das gratificações, dentre outros, mas sabemos que existem demandas reprimidas, como equiparações salariais, piso salarial adequado, reajustes mais justos, a situação da periculosidade dos vigias e, mais recentemente, a situação das gratificações dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Endemias (ACE).

Destaco ainda a necessidade de melhores condições de trabalho nas sedes de algumas secretarias, nas unidades básicas de saúde, nas unidades escolares e para o exercício das atividades das fiscalizações.

2. Roberto terminará o segundo mandato sem resolver plenamente o déficit do ISSA, além do não repasse do recolhimento das contribuições trabalhistas. É uma tragédia anunciada?

JC: O déficit do ISSA de fato persiste, apesar da doação de áreas públicas ao patrimônio do ISSA que até então não foram registradas em seu favor, tampouco geraram arrecadação por meio da alienação ou utilização dessas áreas. Entendo que o fator mais desfavorável ao ISSA foi a não realização de concursos públicos, o que enseja diretamente na falta de arrecadação do ISSA por meio das contribuições previdenciárias.

A situação exige medidas concretas e muita responsabilidade, sobretudo para eliminar o déficit e extinguir o atual desconto dos aposentados, o que venho defendendo há anos por considerar o desconto injusto com aqueles que já contribuíram.

3. O que achou da retaliação dele em demitir indicados seus na estrutura do município?

JC: Cabe exclusivamente ao prefeito a decisão de nomear e de exonerar os ocupantes de cargos comissionados e isso jamais influenciou meu posicionamento e atuação parlamentar que sempre foi pautada na independência de decisões e dentro das minhas convicções.

É natural com que algumas dessas pessoas tenham relação de proximidade com o nosso trabalho, afinal, fazem parte de um grupo político que caminhou junto ao atual prefeito desde 2016. Todas essas pessoas possuem capacidade técnica para as funções que desempenharam.

4. Dirigentes locais do União Brasil têm insinuado que não deixarão você ser candidato pelo partido alegando falta de espaço no seu mandato. Como vai resolver essa situação? Sairá do partido?

JC: Lamento a forma infeliz e desrespeitosa na condução do partido em Anápolis. Alguns dirigentes do partido tiveram um comportamento antiético e incompatível a um partido como o União Brasil, expondo, na imprensa, argumentos inverídicos, com o único objetivo de promover o meu afastamento da sigla partidária, por interesses particulares e pretensões pessoais.

Da minha parte, sempre segui as diretrizes partidárias, na condição de único mandatário do partido em Anápolis e suplente de deputado estadual. Sempre foi minha intenção permanecer, mas no momento, tenho sido procurado por outras siglas partidárias que reconhecem o nosso trabalho e estou avaliando a situação.

5. Ainda nutre a vontade de ser prefeito?

JC: Sim, tenho a pretensão. De fato, me identifico com a administração pública e tenho uma trajetória na Prefeitura de Anápolis de mais de 30 anos. Sou anapolino, conheço bem a cidade e a população, os seus problemas e necessidades. Me sinto preparado e espero um dia ter a oportunidade de colocar meu nome à disposição para prefeito. Entretanto, diante do atual cenário político, estou motivado a buscar a reeleição e continuar trabalhando por Anápolis na Câmara Municipal.

6. Se pudesse, o que mudaria na Câmara Municipal?

JC:Estabeleceria regras mais criteriosas para a inclusão de projetos de lei em sessão extraordinária para garantir discussão de temas de alta complexidade e relevância para a sociedade e também para a concessão de diárias. Buscaria a construção de uma sede centralizada e ampliaria a estrutura de trabalho dos servidores.

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