Verdades e mentiras sobre alimentos e medicamentos para combate à dengue

Portal 6 conversou com médico infectologista e nutricionista para desmentir alguns mitos e revelar as principais ajudas no combate à doença

Samuel Leão Samuel Leão -
Imagem ilustrativa de alimentos e medicamentos. (Foto: Reprodução/Instituto LG)

Quem nunca ouviu a clássica frase, “esse medicamento é contraindicado em caso de suspeita de dengue”? Não é à toa que o alerta ficou “grudado” na cabeça dos brasileiros.

Por anos e anos, a mensagem seguiu sendo divulgada na televisão aberta, após informativos de medicamentos e, por vezes, até mesmo alimentos. O aviso, porém, ganha novas dimensões de importância neste ano de 2024, em que a doença tomou grandes proporções e tem sido responsável por diversos óbitos Brasil afora.

Por isso, é preciso ter atenção ao tomar um fármaco, mas, além dos remédios, diversos alimentos também podem causar efeitos adversos e prejudicar a recuperação da doença.

Pensando nisso, o Portal 6 entrou em contato com a nutricionista Mariana Antunes, especialista em nutrição clínica, integrativa e funcional e também em emagrecimento, para conferir tais recomendações.

” A dengue é uma doença viral e pode variar, em formas leves e agravadas. Pode afetar órgãos vitais do nosso corpo, como fígado, baço e sistema circulatório, o que diminui o nível das plaquetas e pode causar hemorragia. Então, de início, é bom evitar alimentos com propriedades inflamatórias”, pontuou.

A profissional explicou que alimentos ultra-processados ou ricos em gordura são contraindicados, tais quais como salgadinhos, fast food, refrigerantes, sorvetes e panificados, visto que agravam o quadro de inflamação. Frutas cítricas também devem ser consumidas com moderação.

“Existem algumas crenças acerca de alguns alimentos, apontando que podem afetar a dengue. Dizem que comer alho e cebola em excesso pode afastar mosquitos-da-dengue, o que é uma ‘fake news’. Outra é o consumo de banana, que muitos dizem que deve ser evitada, no entanto, nenhuma evidência científica comprova isso”, revelou.

A prática popular de beber água quente com limão e vinagre também é uma recomendação recorrente, que na realidade não possui nenhum tipo de comprovação. Mariane reforçou que é de extrema importância o acompanhamento médico, e que, na dúvida, pode ser seguida a regra de “descascar mais e desembalar menos”.

Medicamentos

Já no âmbito dos medicamentos, deve-se tomar cuidado com vários tipos. O médico infectologista Marcelo Daher conversou com a reportagem e detalhou quais são aqueles que devem ser evitados a todo custo, e quais dependem de recomendações médicas.

“No geral, recomendamos medicamentos sintomáticos, por exemplo, Dipirona, Paracetamol e Ibuprofeno, para lidar com a dor e a febre. Já medicamentos de uso contínuo, como para pressão e diabete, podem ser mantidos sem problema algum. Remédios para náusea também podem ser tomados.

Ele reforçou que, se os sintomas continuarem, ou se intensificarem, é importante procurar uma unidade de saúde para monitorar a evolução da infecção. Outras variedades de fármacos apresentam grande risco aos pacientes.

“Existe uma restrição muito grande a medicamentos à base ácido acetilsalicílico, que seriam os AS, Melhoral, Somalgin, os quais devem ser evitados. Anti-inflamatórios também, como Diclofenaco, Voltaren, Cataflam e outros devem também ser evitados dentro do possível, mas podem ser usados com moderação”, pontuou.

Já quanto aos anticoagulantes, a recomendação é que o paciente consulte o médico, pois é necessária muita atenção, tanto na suspensão quanto no monitoramento das pessoas que fazem uso desses medicamentos.

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