Investigação aponta que valor de contratos de empresas subiu 1000% durante gestão de Denes Pereira, explicou delegado

Titular de DECCOR, Francisco Lipari negou caráter eleitoreiro da operação e afirmou que investigados ainda serão ouvidos

Pedro Hara Pedro Hara -
Delegado Francisco Lipari. (Foto: Reprodução)

Titular da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), Francisco Lipari concedeu entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (21), para atualizações sobre a operação em diversas pastas e autarquias da Prefeitura de Goiânia.

Ele afirmou que no momento não existe nenhum crime imputado aos suspeitos, mas que existem provas e indícios que apontam nesta direção.

“Neste momento da investigação não é possível concluir a prática do crime. O que temos são provas e indícios de um ato ilícito e as investigações estão servindo exatamente para isso, para colher provas e elementos de informação para se concluir ao final das investigações se houve ou não estes atos ilícitos”, explicou.

Após a realização da operação na manhã da última quarta-feira (20), muito foi dito que ela ocorreu apenas por ser ano eleitoral. O delegado rechaçou a possibilidade e afirmou que as investigações independem de eleições.

“A DECCOR foi criada no ano de 2019. De lá para cá foram executadas diversas operações, seja em ano eleitoral ou não. O fato de estarmos em ano eleitoral não interfere em nada o nosso trabalho. O nosso trabalho é contínuo durante todo o período”, defendeu.

Segundo Lipari, os investigados ainda não foram ouvidos e que todos eles prestarão depoimentos após o término das investigações.

“A oitiva de investigados normalmente ocorre ao final das investigações. Quando já tivermos tudo relatado, concluído a respeito das provas cautelares que foram apreendidas, é que se oportunizará a possibilidade desses investigados prestarem as suas versões dos fatos”, alegou.

Valores dos contratos assinados na gestão de Denes Pereira chamaram a atenção da PC

Atualmente titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), Denes Pereira também esteve na Secretaria Municipal de Administração (Semad). A passagem dele pelas duas pastas estão sendo investigadas pela Polícia Civil (PC), pois os valores do contratos assinados aumentaram em até 1000% com as empresas que estão sendo investigadas.

“É isso que as investigações vão apontar ao final [a ligação de Denes com as empresas]. O que sabemos é que após assumir a Semad e a Seinfra, o valor desses contratos aumentaram exponencialmente, saltou 1000% de valores para estas empresas. Isso levantou a atenção da polícia que passou a investigar todos os processos de licitação e execução dos contratos. Ao final das investigações vai poder se falar sobre o eventual envolvimento dele nos crimes que estão sendo investigados”

Ele também falou sobre os R$ 50 mil encontrados na casa de Luan Alves, presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA). Lipari relembrou que não é crime ter dinheiro em espécie, mas que as investigações devem apontar a origem do montante.

“A origem do dinheiro será investigada. Ter dinheiro guardado em casa, por si só, não é crime. A gente deve investigar a origem desse dinheiro. No caso nós temos crimes que estão sendo investigados, corrupção ativa, passiva, peculato. Então a investigação é para se demonstrar a origem desses valores, se de fato ele tem relação ou não com os crimes que estão sendo investigados”, justificou.

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