Criminosos que desviaram R$ 50 milhões da Adubos Araguaia ostentavam vida de luxo e armas restritas

Ao Portal 6, delegado responsável deu detalhes da investigação, que cumpriu mandados de apreensão em quatro estados diferentes

Samuel Leão Samuel Leão -
Operação Carga Cara 2 foi realizada nesta quinta-feira (04). (Foto: Divulgação/PC)

Dodge Ram, Porsche, Hillux, SUV Volvo, armas de uso restrito e outros veículos de luxo. Esses foram alguns dos itens apreendidos de integrantes do grupo criminoso que fraudou a empresa Adubos Araguaia, subtraindo mais de R$ 50 milhões.

Ao Portal 6, o delegado que coordena Operação Carga Cara 2, Luiz Carlos Cruz, deu detalhes da investigação, movida pelo Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Anápolis.

“O grupo vitimou a empresa goiana Adubos Araguaia, que possui cinco unidades no Brasil. Eles cobravam um preço fraudulento, mais caro, resultando em um prejuízo de cerca de R$ 47 milhões. Eles ocultavam os valores subtraídos por meio de empresas falsas e compras no nome de terceiros”, revelou.

O investigador ainda explicou que a ação é uma continuidade da fase 1, que se iniciou em dezembro de 2022. A frente investiga uma organização criminosa que teria cometido crimes de estelionato e lavagem de capitais e atuou em quatro estados.

“Cumprimos mandados em Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Nessa fase foram 11 investigados, sendo duas mulheres. Tudo teve início quando a empresa percebeu inconsistências no preço dos fretes e nos acionou”, completou.

A reportagem tentou contato com a empresa Adubos Araguaia, para solicitar um posicionamento oficial, mas, até o momento, não obteve resposta. O espaço segue aberto.

 

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Em tempo

O delegado também relembrou que durante a primeira fase da operação, apenas o gerente Eberson Fernandes de Oliveira, de 36 anos, foi preso.

Apesar da renda – supostamente – vir do cargo de gerente de logística, Eberson vivia uma vida de herdeiro árabe no Condomínio Grand Trianon, um dos mais luxuosos de Anápolis. Atualmente, ele responde em liberdade.

O trabalho dele era, basicamente, realizar levantamentos de preços de transportes e eleger os mais baratos para serem contratados. Apenas no nome dele, foram bloqueados R$ 53 milhões, um número totalmente incompatível com a função que desempenhava.

O grupo costumava superfaturar os serviços, a ponto de ficar com até 70% do valor, de modo que as comissões de Eberson chegavam a R$ 200 mil mensais.

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