Carinho da felicidade: onde o Maranhão e o Pará se encontram em Anápolis

Em meio a poucas iniciativas e projetos encerrados rapidamente, Anápolis resiste com a chegada de influências de outros estados

Narelly Batista Narelly Batista -
Carinho da felicidade: onde o Maranhão e o Pará se encontram em Anápolis
(Foto: Reprodução)

Desde o encerramento das atividades do antigo e saudoso Recanto do Lago, nada mais de muito excepcional e que agregasse gente de “todos os tipos” surgiu na cidade. Alguns dizem que isso é um reflexo da pandemia e talvez seja mesmo, mas o fato é que muita gente caminha pela cidade remendando Xuxa Meneghel com um sonoro “não há lugar para mim em Anápolis”. E eu concordo: não há. Pelo menos não nas rotas que já foram prioritárias, como o Jundiaí.

As poucas iniciativas se mostram passageiras. Vemos o encerramento de espaços com menos de dois anos. Claro que há as exceções. Alguns se mantêm (ainda bem) e todo respeito a estes que se reinventam e se estabelecem, mas é preciso se perguntar o que aconteceu com a cidade que já foi cheia de opções. Quem não se lembra das noites de Pau Brasil, Ranchão do Iraídes, Pau Terra, Usina, Underground, Black Sabbath, Renny Noivas, Absoluto, Nobel Eventos e Esquina Carioca? Essa cidade não existe mais, mas ainda resiste, sobretudo com a participação de gente que vem chegando de territórios diferentes.

Ali no Jardim São Paulo, na Avenida Tiradentes, existe o Cantinho da Felicidade. Um espaço de preços justos e que reúne um público do Maranhão, do Pará e do mundo. Digo do mundo porque no dia em que conheci este espaço, havia no grupo cineastas nacionais iluminados pela genial construção do espaço. O lugar é simples e traz atrações que reforçam a identidade multicultural dessa cidade que tanta gente desconhece. Atrações maranhenses e paraenses que aquecem noites que não existem no centro da cidade.

As atrações não são por acaso. Nos últimos anos, um grupo grande destes territórios se estabeleceu na cidade e tem reconfigurado as noites. Noites com tucupi, tacacá, maniçoba e vatapá. A vida, meus amigos, não acontece no centro. Aliás, ela já deixou esse espaço há algum tempo. O passado e o futuro estão na margem!

(Foto: Reprodução)

Narelly Batista é jornalista por formação e produtora cultural por vocação. Escreve sobre Cultura no Portal 6. Siga-a no Instagram @narellybatista.

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