De Anápolis, jovem autista vence obstáculos e conquista campeonato brasileiro de Jiu Jitsu

Mesmo sofrendo com o barulhos, luzes e contato físico, ela se relata já ter evoluído muito através do esporte

Samuel Leão Samuel Leão -
Campeão brasileira de jiu-jitsu. (Foto: @gleicemonica21)

Aos 27 anos, Gleice Mônica se consagrou como campeã brasileira de jiu-jitsu cerca de um ano após vencer o sul-americano. A competição aconteceu neste domingo (09) e colocou a atleta de Anápolis em posição de destaque no cenário nacional.

Apesar do sucesso nas competições, em entrevista ao Portal 6, ela revelou um benefício ainda maior tido através do esporte, que mudou a vida dela ‘da água para o vinho’.

“Aos 19 anos fui diagnosticada com autismo. Sempre me tratei, mas, após conhecer o jiu-jitsu, passei a enfrentar minhas dificuldades em ter contato físico, frequentar locais fechados ocupados por muitas pessoas e lidar também com o barulho”, relembrou.

Aos 23, ela iniciou no MMA, esporte que começou a desfazer as inibições que tinha. No entanto, ao começar no jiu-jitsu, ela conta que se sentiu como um “bicho do mato”, tendo que lutar contra as próprias limitações para superá-las e assim adquirir um maior autocontrole.

“Como mãe, estudante e autista, hoje em dia vejo que não tenho limitação. O jiu-jitsu salvou minha vida e quero isso para o máximo de mulheres que eu conseguir. O poder transformador é tremendo, com compromisso, até questões como as que me foram impostas pelo autismo podem ser resolvidas”, expressou, emocionada.

Gleice revelou que treina em Anápolis na academia Bravos, fazendo parte do ZR Team, mas que também frequenta aulas em Goiânia, com o namorado que também é professor da modalidade.

Entretanto, para alcançar o nível competitivo que hoje frequenta, ela precisa de uma rotina de atividades completa, que inclui o fortalecimento na academia, em práticas calistênicas de resistência, mobilidade e outros.

“A gente prepara o treino específico para o jiu-jitsu, unindo calistenia e outros, com preparação de força e resistência, e o treino no tatame, que faço em Goiânia e em Anápolis. Felizmente tenho o apoio de patrocinadores, que me ajudam a manter a dedicação”, contou.

Apoiada pela Vibracom, empresa situada no Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), pela Nobre Tintas, Otto Transportadora e pela Academia Ideal, ela leva o nome de Anápolis para os quatro cantos do Brasil e, agora, espera a próxima competição fora do território nacional.

Mesmo ainda sofrendo com o barulho da competição, com as luzes, a multidão e o contato físico, ela se diverte ao constatar o quanto evoluiu na superação desses obstáculos, e pontua no ranking nacional para garantir a presença em torneios ainda maiores.

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