Entre a tragédia de hoje e a cruz de ontem: o que ainda nos comove?

Há uma frase forte, que diz: “A morte de um é tragédia. A de milhões, estatística”

José Fernandes José Fernandes -
Entre a tragédia de hoje e a cruz de ontem: o que ainda nos comove?
Sarah Raíssa Pereira e Fábia Francisco de Castilho morreram de forma trágica, gerando forte comoção. (Foto: Reprodução)
Nessa semana, duas notícias de mortes me incomodaram, mesmo sendo médico legista há anos.

A primeira: uma criança de 8 anos, que morreu após participar de um desafio no TikTok, que envolvia inalar desodorante.

A segunda: uma mulher de 44 anos que morreu afogada na enxurrada, em meio a um temporal, aqui em Anápolis.

Duas vidas. Quando a dor tem nome, rosto, história, a gente sente mais. A morte de uma criança, a luta de uma mãe, o choro de uma família — isso nos toca. Mas quando ouvimos que “milhares morreram”, “milhões perderam tudo”, parece que o impacto é menor. Vide os exemplos recentes das guerras entre Rússia e Ucrânia, Israel e Palestina (Hamas).

Há uma frase forte, que diz: “A morte de um é tragédia. A de milhões, estatística”. É um alerta para uma verdade desconfortável: a empatia tem limite quando a dor é distante.

E aqui quero contextualizar com a Sexta-feira Santa, que relembramos hoje. Jesus foi crucificado. Uma morte injusta, violenta e dolorosa.

Mas por que isso nos comove tanto, dois mil anos depois?

Porque a dor d’Ele tem nome, rosto e propósito. Porque ali naquela cruz estava alguém que não morreu por si, mas por todos nós.

Para alcançar o propósito foi necessário passar pela dor. A cruz de Cristo ensina que a dor tem sentido. Que a injustiça não tem a palavra final. E que mesmo quando tudo parece perdido, o domingo da ressurreição está chegando.

Finalizo deixando quatro reflexões:

1. Cristo está vivo e nos fortalece para suportar o que é insuportável.

2. Reflita sobre que cruz você está carregando — como lixos emocionais e relacionamentos tóxicos.

3. Você pode ser a resposta para a dor de alguém. Um gesto simples, como um abraço ou uma mensagem, pode consolar e curar.

4. Não banalize a dor. Cada lágrima tem valor.

É isso.

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