Condenado a 10 anos de prisão o homem que cometeu crime brutal e chocou moradores de Goiâlândia

Promotor sustentou cronologia impecável dos fatos e convenceu os jurados quanto a premeditação e requintes de crueldade

Samuel Leão Samuel Leão -
Condenado a 10 anos de prisão o homem que cometeu crime brutal e chocou moradores de Goiâlândia
Praça Central do distrito de Goialândia. (Foto: Divulgação/ Prefeitura de Anápolis)

Leandro Batista Manso, de 35 anos, recebeu veredito nesta terça-feira ( 10) para cumprir pena fixada em 10 anos de prisão pela tentativa de homicídio qualificado contra Daiana Silva de Almeida.

O crime brutal aconteceu em 26 de março de 2022, no Distrito de Goialândia, e chocou profundamente os moradores da região pela extrema violência empregada em plena praça pública.

O Tribunal do Júri da 4ª Vara Criminal de Anápolis reconheceu a materialidade, autoria e a qualificadora do crime após julgamento que se estendeu por horas.

Responsável pela acusação, Eliseu Belo, titular da 6ª Promotoria de Justiça da Comarca de Anápolis, apresentou a acusação aos jurados, detalhando a cronologia dos fatos e destacando a premeditação e a crueldade do ataque.

Criminoso criou teoria delirante para justificar vingança brutal

A investigação revelou que Leandro desenvolveu uma teoria completamente desconectada da realidade para justificar o ataque selvagem. Em sua mente perturbada, ele culpava Daiana pela morte de seu irmão Rogério, que havia falecido por complicações relacionadas ao uso de crack.

O crime foi friamente planejado. Segundo o depoimento da testemunha presencial Betânia Maria Ferreira, Leandro chegou à praça, avistou a vítima e retornou para casa buscar um facão.

A premeditação ficou cristalina quando ele voltou armado, demonstrando que havia arquitetado o ataque.

Vítima implorou pela vida antes de ser brutalmente atacada

O relato de Betânia foi devastador e chocou os jurados. A testemunha contou que Daiana, ao perceber Leandro se aproximando com o facão, pegou uma cadeira para se proteger e implorou desesperadamente: “Leandro, por que você está fazendo isso? Não precisa disso, não”.

A súplica foi ignorada. Daiana tentou fugir correndo em direção ao bar, mas foi alcançada e recebeu o primeiro golpe de facão nas costas. O que se seguiu foi uma cena de horror: enquanto a vítima se arrastava pelo chão tentando proteger a cabeça com as mãos, Leandro continuou desferindo golpes brutais.

Ataque selvagem em praça lotada aterrorizou população

O crime aconteceu por volta das 16h18, na Avenida Principal do Distrito de Goiâlândia, em plena praça pública repleta de pessoas. O que mais chocou foi a duração e intensidade do ataque: foram “vários golpes” durante aproximadamente 10 a 20 minutos ininterruptos de pura selvageria.

Apesar da praça estar lotada, o terror tomou conta e apenas uma pessoa teve coragem de intervir: “Domingão”, que estava no bar do Zagalo, correu e empurrou Leandro, salvando a vida de Daiana. Sem essa intervenção heroica, o crime teria sido consumado.

A vítima ficou gravemente mutilada, perdendo três dedos na agressão brutal.

Histórico de perseguição revelou obsessão doentia de Leandro

O processo revelou um padrão aterrorizante de perseguição. Não era a primeira vez que Leandro caçava Daiana pelas ruas de Goiâlândia. A testemunha relatou outras ocasiões em que ele correu atrás da vítima, que precisou se refugiar desesperadamente na casa de vizinhos.

Após o ataque brutal, Leandro demonstrou que sua sede de sangue não havia sido saciada, chegando a dizer que iria “terminar o serviço”. A ameaça revelou que a intenção homicida permanecia latente.

Acusação demoliu defesa com provas irrefutáveis

A atuação do promotor Eliseu Belo foi decisiva para o convencimento dos jurados. Isso porque a defesa tentou desclassificar o crime para lesão corporal e emplacar a ideia de que Leandro teria desistido de matá-la. Foi quando a acusação apresentou provas irrefutáveis de que apenas a intervenção de terceiro conseguiu impediu o homicídio.

O Conselho de Sentença rejeitou por unanimidade as argumentos da defesa e acolheu a qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vítima, reconhecendo que o ataque covarde de surpresa impossibilitou qualquer reação de Daiana.

Nota 10

Para o promotor Eliseu Belo pela atuação no caso de Goialândia. Meritoriamente, ele nunca foi derrotado em tribunais do júri.

Nota Zero

Para o vereador Luzimar Silva, do Progressistas, que disse ter blindado o próprio carro para fins de segurança. Se tem dinheiro para tal, por que usou veículo oficial da Câmara para passear em São Paulo?

Samuel Leão

Samuel Leão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás, com passagens por veículos como Tribuna do Planalto e Diário do Estado. É mestrando em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado pela Universidade Estadual de Goiás. Passou pela coluna Rápidas. Atualmente, é repórter especial do Portal 6.

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