Não é no Rio de Janeiro, nem em São Paulo: a segunda maior favela do Brasil fica onde menos se espera

Lugar é tão expressivo que supera Paraisópolis, mas quase não aparece no radar nacional

Anna Júlia Steckelberg Anna Júlia Steckelberg -
favela
(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Você pode achar que a segunda maior favela do Brasil está no Rio ou em São Paulo? Pois então segura essa: ela fica em Brasília, na capital federal — e o nome talvez te surpreenda: é Sol Nascente, localizada na Ceilândia, no Distrito Federal.

Vamos entender!

Quando se fala em favelas, o pensamento tende a se concentrar nos morros cariocas ou nas periferias paulistanas. Mas e se te disséssemos que, a cerca de 30 km do Palácio do Planalto, está a comunidade que abriga mais de 70 mil pessoas — quase tão populosa quanto a Rocinha? Esse é o Sol Nascente.

O lugar é tão expressivo que supera Paraisópolis, mas quase não aparece no radar nacional.

Não é no Rio de Janeiro, nem em São Paulo: a segunda maior favela do Brasil fica onde menos se espera

Dados do Censo Demográfico 2022, divulgados em novembro de 2024 pelo IBGE, apontam:

Rocinha (RJ): 72.021 moradores, a favela mais populosa do Brasil;

Sol Nascente (DF): 70.908 habitantes, em segundo lugar em população nacional — diferindo por apenas cerca de mil pessoas

Apesar do crescimento vertiginoso, Sol Nascente permanece como a segunda maior favela do país em número de moradores, e em terceiro no número de domicílios ocupados (21.889 unidades), atrás somente da Rocinha e Rio das Pedras, ambas no Rio de Janeiro.

Como Sol Nascente cresceu tanto?

O surgimento da região remonta aos anos 1990, quando era ocupação rural em Ceilândia. Desde então, um crescimento urbano desordenado e acelerado moldou sua realidade atual.

Moradores mais antigos contam que a área era coberta de árvores e nascentes: hoje, é uma teia de ruas, buracos, lama — e moradias improvisadas que chegaram a abrigar mais de 90 mil pessoas de acordo com estimativas complementares.

Apesar de já contar com áreas regularizadas, muitos setores ainda carecem de infraestrutura básica — pavimentação, iluminação, coleta de lixo, saneamento e atendimento de saúde são demandas frequentes debatidas entre moradores e lideranças comunitárias.

E isso tudo gera um debate entre as pessoas…

  • Brasília revela um contraste: ao mesmo tempo em que é símbolo de urbanismo e poder, convive com extremo desigualdade territorial;
  • Ausência histórica de políticas públicas específicas: comunidades como Sol Nascente evidenciam falhas na promoção da cidade para todos;
  • Marcador de desigualdade social e segregação espacial: apesar da proximidade com o Planalto, muitos dos seus moradores permanecem fora do alcance da urbanização planejada.

Além disso, o Distrito Federal abriga três das maiores favelas do país em extensão territorial — Sol Nascente aparece como segunda em área: cerca de 9,2 km², atrás apenas da 26 de Setembro (10,5 km²), ambas no DF.

Escrever sobre Sol Nascente é revelar um Brasil invisível aos olhos do centro, e até dos próprios moradores de regiões mais tradicionais. É sublinhar que a desigualdade não está apenas nos números, mas na transformação lenta demais da vida de quem mora nas bordas da cidade planejada.

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