Cidades de Goiás que mais vão sofrer por causa de tarifaço dos EUA

Imposição de tarifas de 50% pelo presidente Donald Trump começam a valer já em 1º de agosto

Thiago Alonso Thiago Alonso -
Cidades de Goiás que mais vão sofrer por causa de tarifaço dos EUA
Goiás é um dos estados líderes no plantio de cana de açúcar. (Foto: Divulgação/ Fapeg)

A decisão do presidente norte-americano Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros tem acendido um alerta vermelho em diferentes cadeias produtivas de Goiás.

Ainda que o chamado “tarifaço” tenha início somente no dia 1º de agosto, setores estratégicos para a economia goiana, como mineração, açúcar e proteína animal, já começam a sentir os efeitos.

O impacto vai além das grandes corporações, chegando às cidades onde elas mantêm operações industriais e agrícolas. Nessas localidades, a dependência da exportação é tamanha que qualquer mudança nas condições comerciais internacionais gera repercussões.

Mercado da energia

Goianésia, por exemplo, deve sentir com força os efeitos das tarifas. É lá que está instalada a sede do Grupo Jalles Machado, referência mundial na produção de açúcar, etanol, bioeletricidade, biogás e biometano.

Com a taxação extra, cada tonelada exportada terá custo adicional, o que reduz a margem de lucro e pode levar a cortes de produção ou até readequações no quadro de colaboradores.

Além da Jalles Machado, a Usina Morro Vermelho, em Mineiros, e a Goiás Bioenergia, em Poteirão, também aparecem entre as que acompanham com apreensão as novas regras. Ambas têm parte de seu portfólio voltado ao mercado externo, seja com açúcar refinado ou derivados do etanol.

Se a taxação persistir, o planejamento financeiro e o escoamento da produção precisarão ser revistos — independente da empresa —, o que pode comprometer investimentos futuros e a manutenção de empregos sazonais.

Mineração

Na mineração, o peso do tarifaço também começa a pesar no bolso. Goiânia e Aparecida de Goiânia, onde a Gerdau mantém plantas metalúrgicas e unidades de processamento de ligas metálicas, correm o risco de enfrentar encolhimento nas exportações.

A empresa envia parte de produção para atender à indústria norte-americana, e a nova política tarifária pode obrigar a empresa a buscar mercados alternativos, processo que não é imediato e exige logística complexa.

Setor alimentício

O setor de carnes também aparece no centro da crise, tendo a JBS, com unidades frigoríficas em seis cidades, incluindo Senador Canedo, Mozarlândia e Itumbiara, como um grande nome de exportações de cortes bovinos e processados para os Estados Unidos.

A elevação das taxas reduz o interesse de compradores, que passam a negociar preços menores, iniciando a busca por novos parceiros — ainda que essa atividade não tenha efeito imediato.

Cenário semelhante vive a Minerva Foods, instalada em Palmeiras de Goiás que, igualmente, pode desacelerar turnos de produção por conta das tarifas.

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