Mudança de fuso horário na Argentina pode alterar o relógio no Brasil; entenda
Proposta aprovada no Congresso argentino prevê ajustes que podem repercutir em países do Mercosul, incluindo o Brasil

Após anos de debates, a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou um projeto de lei que prevê a mudança do fuso horário oficial do país.
A medida reacendeu discussões sobre os impactos que isso pode gerar na rotina da população e, principalmente, como poderá repercutir em nações vizinhas — entre elas, o Brasil.
Como funciona hoje
Geograficamente, a maior parte do território argentino está situada no meridiano de 60 graus oeste, o que corresponde ao fuso horário UTC-4, no qual o Sol atinge seu ponto mais alto por volta do meio-dia.
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No entanto, desde 1970 o país adota o UTC-3, em razão de uma decisão política que desconsiderou a alternância das estações. Na prática, nenhuma região da Argentina está alinhada corretamente com o fuso atualmente em vigor.
O que muda com o projeto
Se a proposta se transformar em lei, os argentinos terão que atrasar os relógios em uma hora a partir de 1º de abril de 2026. A partir de então, o país passaria a ter um sistema duplo:
- Horário de inverno (abril a agosto): UTC-4
- Horário de verão (setembro a março): UTC-3
Além disso, o texto prevê que o Governo Federal argentino convide os demais países do Mercosul a coordenar as datas dessas alterações, para facilitar o comércio e o transporte.
É justamente esse ponto que abre a possibilidade de mudanças também no Brasil, caso haja adesão ao acordo regional.
Histórico de mudanças
A Argentina já passou por diversas alterações de fuso horário ao longo das décadas.
A última ocorreu em 2009, quando o horário de verão foi descontinuado sob o argumento de que não gerava a economia de energia esperada — apesar de reduções no consumo já terem sido registradas em anos anteriores.
Possíveis impactos
Especialistas alertam que mudanças dessa natureza afetam diretamente a rotina da população. A terapeuta holística Paula Martín, conhecida como Alma de León, comentou sobre as consequências da proposta:
“Mudar a rotina muitas vezes causa ansiedade, irritabilidade e sonolência, o que leva à diminuição do rendimento intelectual e ao cansaço acumulado.”
Ela ainda reforçou que a adaptação pode ser um desafio:
“Mudar a rotina gera estresse adicional: adaptar-se a novos horários e ajustar as atividades diárias pode ser exaustivo e aumentar o risco de problemas de saúde mental.”