Não é Palmas, nem Belém: cidade supera capitais e se torna a mais quente do Brasil
Município registrou 41,2 °C e umidade de apenas 10%, segundo dados do Inmet; calor extremo preocupa especialistas

A cidade de Oeiras, no interior do Piauí, vive uma rotina de calor extremo que tem chamado atenção em todo o país.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o município registrou as maiores temperaturas e as menores taxas de umidade do ar do Brasil nos últimos dois anos.
Em outubro, os termômetros chegaram a 41,2 °C, com umidade de apenas 10% — muito abaixo dos 40% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O período mais crítico coincide com o chamado B-R-O Bró, que vai de setembro a dezembro e marca as temperaturas mais altas do ano no Piauí.
Além de Oeiras, outras cidades do estado — como Picos, Teresina, Valença do Piauí, São João do Piauí e Uruçuí — também aparecem entre as mais quentes do país.
Segundo o otorrinolaringologista Paulo Rogério, ouvido pelo g1, o clima seco exige cuidados redobrados com a saúde.
“Pode haver problemas na pele devido à exposição solar, ressecamento dos olhos, do nariz, da garganta e dos pulmões. Sintomas como sangramento e infecções, mais graves em crianças e idosos, exigem muita atenção”, alertou.
O calor intenso já moldou a rotina dos moradores de Oeiras. Nas horas mais quentes, as ruas ficam vazias, e muitos preferem trabalhar no início da manhã ou durante a madrugada para evitar a exposição prolongada ao sol.
Como aliviar os efeitos do tempo seco
- Beba bastante água ao longo do dia, mesmo sem sentir sede.
- Use umidificadores ou coloque bacias com água nos cômodos para aumentar a umidade.
- Evite banhos muito quentes e aplique hidratantes após o banho.
- Proteja as vias respiratórias com soro fisiológico e evite locais com poeira.
- Pratique exercícios apenas antes das 10h ou após as 17h.
- Mantenha os ambientes ventilados e consuma frutas ricas em água, como melancia e abacaxi.
- Evite fumaça e queimadas, que agravam os efeitos do ar seco.
Enquanto as capitais sofrem com ondas de calor passageiras, Oeiras segue resistindo sob o sol escaldante — símbolo de um Brasil que, mais do que quente, enfrenta os desafios diários de viver no limite da temperatura e da resistência humana.






