China está testando bancos aquecidos para que pessoas em situação de rua possam se manter aquecidas durante toda a noite
Uma intervenção urbana simples, mas transformadora para quem vive na rua

O frio cortante das noites pode ser mais do que desconfortável para quem tem onde dormir — para muitas pessoas em situação de rua, é questão de sobrevivência.
Pensando nisso, o Japão, em Tóquio e Sapporo, está testando uma solução que mistura tecnologia limpa, empatia social e design urbano: bancos e abrigos de ônibus aquecidos pela energia do sol.
Em bairros selecionados dessas duas cidades, foram instalados assentos públicos que utilizam materiais de mudança de fase (PCMs, na sigla em inglês).
Esses compostos têm a capacidade de absorver calor durante o dia — especialmente quando expostos ao sol — e liberá-lo gradualmente à noite, sem precisar de eletricidade ou combustível para isso.
Segundo relatos da imprensa, esses bancos conseguem manter a temperatura por até 12 horas após o pôr do sol.
A proposta não se limita apenas a bancos: abrigos de ônibus também estão sendo adaptados para incorporar essa tecnologia.
A ideia é transformar o mobiliário urbano em “ilhas de calor” gratuitas para quem mais precisa.
Por que essa iniciativa importa?
Nas cidades japonesas, especialmente no inverno, as temperaturas podem despencar — em Sapporo, por exemplo, os termômetros às vezes caem abaixo de −10 °C.
A situação expõe moradores de rua ao risco de hipotermia e outras emergências relacionadas ao frio. É exatamente esse tipo de perigo que os testes em Tóquio e Sapporo querem mitigar.
Além disso, a iniciativa reflete uma tendência mais ampla no Japão de investir em energia renovável e projetos sociais integrados. Segundo documentos de análise energética, o país já tem cerca de 24% de sua eletricidade de fontes renováveis, com forte foco em energia solar.
Um gesto tecnológico com rosto humano
Apesar de parecida com outras ideias de “infraestrutura amiga”, a beleza dessa proposta está na combinação de simplicidade e sofisticação: não é necessário eletricidade conectada à rede, nem manutenção complexa de combustíveis.
As estruturas absorvem o sol de dia e distribuem calor de noite — por até meio dia.
Se os testes derem certo, essa tecnologia aponta para um modelo de cidade inclusiva: onde o mobiliário urbano cumpre não apenas função estética ou de passagem, mas também social, oferecendo acolhimento e dignidade.
E mais: pode servir de inspiração para outras metrópoles com problemas parecidos, mostrando como a tecnologia limpa pode se tornar um gesto de solidariedade.
Siga o Portal 6 no Google News fique por dentro de tudo!








