Do Controle ao cinema: as adaptações de games que finalmente deram certo
Após décadas de fracassos, adaptações como The Last of Us, Sonic e Arcane redefiniram o padrão e provaram que jogos podem gerar produções de alto nível quando respeitados desde o início

Durante muito tempo, adaptações de videogames para o cinema foram sinônimo de decepção. Roteiros frágeis, efeitos limitados e produções que pouco lembravam o material original marcaram negativamente os anos 1990 e início dos 2000.
Mas esse cenário mudou — e hoje o público acompanha uma nova era de adaptações que respeitam suas obras de origem e conquistam até quem nunca pegou em um controle.
Quando adaptar era quase impossível
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Produções como Super Mario Bros. (1993), Street Fighter (1994) e Mortal Kombat: Annihilation (1997) tornaram-se lembradas mais pelo caos criativo do que pela fidelidade.
Na época, os estúdios compreendiam que jogos eram populares, mas não entendiam por que eram populares.

Mortal Kombat 2: A Aniquilação (1997) (Foto: Reprodução)
Centravam-se apenas no visual, ignorando o sentimento, a essência e a experiência emocional que acompanharam os jogadores.
O resultado? Filmes desconectados e incapazes de agradar tanto fãs quanto o público geral.
A primeira virada positiva
A mudança começou quando Hollywood percebeu que não podia mais ignorar a comunidade gamer.
Detective Pikachu (2019) foi um dos marcos desse novo olhar. Colorido, divertido e fiel ao universo Pokémon, o filme mostrou que era possível adaptar um jogo com carinho e respeito.

Pokémon: Detetive Pikachu (2019) (Foto: Reprodução)
Pouco depois, Sonic: O Filme (2020) reforçou essa virada.
Após repercussão negativa do primeiro design do personagem, os produtores ouviram os fãs, refizeram todo o visual e transformaram o que seria um fracasso em um sucesso mundial. O filme se tornou prova de que engajamento e diálogo com o público fazem diferença.

Sonic: O Filme (2020) (Foto: Reprodução)
O divisor de águas: The Last of Us
Com The Last of Us (HBO, 2023), as adaptações de jogos atingiram status de maturidade.
Respeitando profundamente o roteiro e o tom do game, a série foi elogiada pela atuação, pela direção e pela capacidade de emocionar tanto fãs antigos quanto novos espectadores.

Pedro Pascal e Bella Ramsey em The Last of Us da HBO (Foto: Divulgação)
A produção mostrou que videogames já possuem narrativas complexas e riqueza dramática suficientes para rivalizar com o cinema — bastava tratá-los como tal.
Quando os criadores entram na jogada
Outro ponto fundamental para o sucesso recente das adaptações é a participação direta dos estúdios que criam os jogos.
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Arcane (inspirada em League of Legends) tornou-se uma das séries mais aclamadas da Netflix ao unir roteiro sólido, direção artística inovadora e envolvimento criativo da Riot Games.
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Cyberpunk: Edgerunners ajudou a recuperar a imagem do game após seu lançamento conturbado, mostrando que o universo tinha potencial narrativo além das telas de gameplay.
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Castlevania, em animação, provou que alguns títulos funcionam ainda melhor em formatos que respeitam suas raízes estéticas.
Até produções em live-action, como Tomb Raider (2018) e Uncharted (2022), encontraram equilíbrio ao se manterem fiéis ao espírito de aventura dos jogos, sem tentar copiar tudo literalmente.
Uma linguagem que se mistura
O cinema não só passou a respeitar os videogames — passou também a aprender com eles.
Filmes como Free Guy (2021) e Ready Player One (2018) incorporaram elementos da estética gamer, como câmeras dinâmicas, planos longos e mundos simulados que lembram missões inteiras renderizadas em 3D.

Free Guy: Assumindo o Controle (2021) (Foto: Divulgação)
Já The Super Mario Bros. Movie (2023), totalmente animado, mostrou que a nostalgia pode se transformar em um produto global: o filme ultrapassou 1 bilhão de dólares nas bilheteiras.
E o futuro?
A lista de adaptações confirmadas só cresce:
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Gears of War, produzido com participação direta da Microsoft.
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Ghost of Tsushima, que já recebe atenção por suas possibilidades cinematográficas.
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Zelda, anunciado pela Nintendo, um dos projetos mais aguardados pelos fãs.
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Five Nights at Freddy’s, que surpreendeu ao atingir enorme público jovem.
Hollywood finalmente entendeu que jogos não são produtos descartáveis, mas universos inteiros — com histórias poderosas, personagens memoráveis e uma base de fãs que exige autenticidade.
Quando o cinema encontra os games
O que as melhores adaptações têm em comum é simples:
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Respeito à essência do jogo.
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Participação dos criadores originais.
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Entendimento de que emoção importa mais do que referências soltas.
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Vontade de contar uma boa história acima de tudo.
No fim, o que faz um bom filme baseado em jogo é o mesmo que faz um bom videogame: personagens que importam e histórias que nos fazem sentir algo.
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