Cientistas alertam: geleira no fim do mundo não está só derretendo, mas começa a se romper por dentro
Estudo internacional aponta que o colapso interno do Glaciar Thwaites, na Antártica, pode acelerar a elevação do nível do mar e trazer impactos duradouros para cidades costeiras

Pesquisadores internacionais alertam que o Glaciar Thwaites, na Antártica Ocidental, está passando por um processo de degradação interna acelerada, não apenas derretendo por fora, mas também desgarrando-se e formando grandes fissuras em seu interior — um sinal de instabilidade que preocupa a comunidade científica.
Conhecido como o “Glaciar do Juízo Final”, o Thwaites contém gelo suficiente para elevar o nível dos oceanos em cerca de 65 centímetros caso desabe por completo, segundo estudos climáticos. Essa elevação afetaria áreas costeiras em todo o mundo, podendo intensificar inundações, aumentar os custos com seguros e causar prejuízos em infraestrutura urbana.
O novo trabalho, liderado por cientistas como Debangshu Banerjee, do Centre for Earth Observation Science da Universidade de Manitoba (Canadá), analisou duas décadas de dados de satélite e medições diretas. O estudo indica que fissuras internas no gelo estão aumentando mais rapidamente do que o derretimento pela base, o que sugere que a estrutura está se enfraquecendo por dentro.
Segundo os pesquisadores, essas rachaduras se formam em uma região onde diferentes partes do gelo deslizam em velocidades diferentes. Esse movimento causa estresse mecânico que fragiliza o glaciar, criando um ciclo de desgaste que se autoalimentar, no qual mais fissuras geram instabilidade maior.
Atualmente, o derretimento das camadas de gelo e a redução das plataformas flutuantes de gelo funcionam como “freios” naturais para a descarga glacial no mar. À medida que esses “freios” perdem força, o fluxo de gelo em direção ao oceano pode acelerar.
Os cientistas enfatizam que o processo não levará a inundações instantâneas de cidades, mas o colapso do Thwaites removeria uma das maiores barreiras que retardam o derretimento mais amplo da camada de gelo da Antártica Ocidental, contribuindo para a elevação do nível do mar ao longo de décadas e séculos.
Pesquisas adicionais, como relatórios de instituições como a British Antarctic Survey, alertam que grandes partes do manto de gelo ocidental poderiam ser perdidas até o século XXIII se os atuais padrões de aquecimento global continuarem, embora exista debate entre modelos e cenários futuros.
Os pesquisadores ressaltam que decisões tomadas nas próximas décadas — especialmente relacionadas a emissões de gases de efeito estufa — influenciarão diretamente a velocidade e a magnitude desses processos climáticos.
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