Donas de casa: como a rotina doméstica do lar pode afetar a saúde mental da mulher
Especialistas alertam que sobrecarga, falta de reconhecimento e isolamento social podem impactar o bem-estar emocional

A rotina de uma dona de casa costuma ser intensa, contínua e pouco visível. Embora o trabalho doméstico seja essencial para o funcionamento da família, médicos e psicólogos apontam que, quando essa dedicação é exclusiva e não compartilhada, ela pode afetar a saúde mental da mulher.
Um dos principais fatores é a chamada carga mental, que envolve planejar, organizar e lembrar de todas as tarefas do lar. Mesmo quando não está executando atividades físicas, a mulher permanece em estado constante de alerta, pensando em contas, alimentação, cuidados com filhos ou idosos e organização da casa. Esse esforço contínuo pode gerar estresse crônico.
Além disso, a falta de reconhecimento é um ponto sensível. Diferente de um emprego formal, o trabalho doméstico não gera salário, férias ou elogios frequentes. Com o tempo, essa invisibilidade pode provocar queda da autoestima, sensação de inutilidade e frustração emocional.
Outro aspecto relevante é o isolamento social. Muitas donas de casa passam longos períodos sem contato com outros adultos fora do núcleo familiar. Essa redução de convivência social pode aumentar o risco de ansiedade, solidão e sintomas depressivos, principalmente quando não há uma rede de apoio.
A repetitividade da rotina também pesa. Tarefas que nunca terminam e se repetem diariamente podem causar esgotamento emocional, conhecido como burnout doméstico. Nesses casos, surgem sintomas como irritabilidade, cansaço excessivo, alterações no sono e dificuldade de concentração.
Por outro lado, especialistas destacam que a experiência não é igual para todas as mulheres. Quando há divisão justa das tarefas, apoio emocional do parceiro e tempo reservado para autocuidado, a rotina doméstica tende a ser menos prejudicial. Atividades fora de casa, como cursos, exercícios físicos ou trabalhos informais, também ajudam a preservar o equilíbrio emocional.
Psicólogos recomendam que donas de casa busquem diálogo dentro da família, estabeleçam limites e reconheçam o próprio valor. Procurar ajuda profissional é indicado quando surgem sinais persistentes de sofrimento emocional.
Em resumo, cuidar do lar não é, por si só, um problema. O risco surge quando a mulher assume tudo sozinha, sem descanso, reconhecimento ou apoio. Nesse cenário, proteger a saúde mental passa a ser tão importante quanto manter a casa em ordem.
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