Aeroporto desafia a engenharia mundial: construído sobre ilhas artificiais no mar, afunda desde 1994, já cedeu 11,5 metros e exige elevação contínua para não parar
Um gigante da aviação enfrenta um enigma silencioso sob seus próprios alicerces oceânicos

Inaugurado em 1994 na Baía de Osaka, no Japão, o Aeroporto Internacional de Kansai foi concebido como uma obra-prima da engenharia moderna.
O Kansai foi idealizado para aliviar o congestionamento do aeroporto de Osaka e posicionar a região de Kansai no centro das rotas globais de voo, o complexo foi construído sobre duas ilhas artificiais estrategicamente localizadas no mar.
O investimento foi monumental, considerado um dos mais caros da história da aviação, e projetado para contornar limitações urbanas e impactos de ruído nas áreas densamente povoadas.
Desde o início, o projeto enfrentou um desafio oculto: o solo onde as ilhas foram implantadas era composto por camadas espessas de argila e sedimentos saturados de água, um material naturalmente instável sob cargas pesadas.
Essa “esponja” subjacente começou a ceder muito mais do que engenheiros haviam previsto, fazendo com que a estrutura afundasse rapidamente. Embora os modelos iniciais esperassem cerca de oito metros de recalque ao longo de cinco décadas, o aeroporto já acumulou até cerca de 11,5 metros de afundamento em áreas críticas desde sua construção.
Ao longo dos anos, as autoridades japonesas implementaram soluções de engenharia para conter os efeitos do afundamento e assegurar a operação contínua do aeroporto.
Foram instalados milhões de drenos verticais no solo para acelerar a solidificação da argila, reforçados muros de contenção ao redor das ilhas e sistemas de elevação ajustáveis em partes das pistas e terminais.
Mesmo assim, o recalque persiste, com medições recentes mostrando variações anuais que continuam a desafiar as previsões originais de estabilidade.
Apesar do cenário complexo, Kansai segue funcionando como um importante hub internacional, recebendo dezenas de milhões de passageiros por ano e conectando Osaka a diversas cidades pelo mundo.
Sua trajetória revelou tanto o alcance da engenharia humana quanto os limites dos conhecimentos geotécnicos quando aplicados a ambientes extremos.
O caso tem servido como estudo de referência para projetos de infraestrutura em terrenos difíceis e levanta questões sobre sustentabilidade, riscos futuros e os custos contínuos para manter uma estrutura dessa magnitude operando acima do mar.
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