Falas de Roberto vão contra tom de líder na Câmara e até mesmo da esposa deputada

Prefeito de Anápolis foi desaconselhado por auxiliares, mas optou por manter o teor da declaração

Aglys Nadielle Aglys Nadielle -
Falas de Roberto vão contra tom de líder na Câmara e até mesmo da esposa deputada
Roberto Naves, Vivian Naves e Jackson Charles. (Foto: Montagem/Portal 6).

O tom adotado pelo prefeito Roberto Naves (PP) no pronunciamento que condenou atos terroristas em Brasília, neste domingo (08), divergiu da declaração do líder da Prefeitura na Câmara Municipal, Jakson Charles (PSB), e até mesmo da esposa, a deputada estadual eleita Vivian Naves (PP).

Em nota, o vereador ressaltou que a tentativa de golpe de estado “reflete a verdadeira face de um grupo fascista”.

Ainda segundo a publicação de Jakson Charles, os golpistas tentam “enganar o povo a qualquer custo de que eles são defensores da pátria, da família e da liberdade”.

O tom da deputada estadual eleita Vivian Naves também foi diferente. Ela citou que a democracia brasileira viveu um “dia triste”.

“A defesa de ideias não pode jamais envolver qualquer tipo de violência. O vandalismo visto hoje em Brasília deve ser condenado sob todos os aspectos”, escreveu.

Ela, como a grande maioria dos agentes políticos, apontou a defesa do regime democrático como prioridade. “O debate propositivo e o respeito às leis devem sempre pautar a democracia”, finalizou.

Na nota publicada neste domingo, Roberto usou uma retórica de falsa equivalência. Apesar de condenar os atos, o prefeito disse que “o PT não tem moral para criticar, pois historicamente eles sempre usaram destes tipos de manifestações para protestar sobre temas que não iam de encontro aos seus interesses”.

Contudo, desde a redemocratização, esta é a primeira tentativa de golpe de estado no país. Não houve, noutras manifestações, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito.

Depois da redação da nota, Roberto chegou a ser desaconselhado por auxiliares a publicá-la nestes moldes. No entanto, o político decidiu bancar o tom.

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