Goiás poderá instituir lei garantindo licença menstrual de 3 dias para mulheres
Projeto é inspirado na Espanha, que inovou ao ser o primeiro país do Ocidente a adotar a medida

Projeto em tramitação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) garante licença de três dias consecutivos, a cada mês, às mulheres que comprovem sintomas graves associados ao fluxo menstrual.
Para virar lei, o texto, de autoria do deputado Karlos Cabral (PSB), precisa passar pelas comissões técnicas da Casa e depois ser submetido à votação em Plenário. Na sequência, enviado para apreciação da Governadoria.
Entre as justificativas, Cabral explica que mulheres em idade reprodutiva experimentam, mensalmente, uma gama de desconfortos durante o ciclo menstrual.
Para muitas, esses dias são caracterizados por sintomas de leve a moderada intensidade, incluindo cólicas, mal-estar geral, e dores de cabeça ou enxaquecas.
No entanto, argumenta o parlamentar, aproximadamente 15% delas sofrem com manifestações severas, enfrentando dores agudas na parte inferior do abdômen e cólicas fortes, que frequentemente interferem em suas atividades diárias.
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“É reconhecido que as menstruações são frequentemente acompanhadas por contrações uterinas, resultando em cólicas. Contudo, em certas situações, essas contrações podem ser tão intensas que levam a episódios extremos, incluindo desmaios e incapacidade funcional”, pondera o deputado.
O autor da proposta ressalta que essa medida está alinhada com as ações de nações ocidentais, como a Espanha, que, no começo deste ano, inovou ao se tornar o primeiro país a instituir licença médica para mulheres que lidam com intensas cólicas menstruais.
“Globalmente, são raros os países que oferecem, por meio de legislação, algum tipo de licença menstrual para trabalhadoras. A maioria dessas nações está localizada na Ásia, como Japão, Taiwan, Indonésia e Coreia do Sul, além da Zâmbia”.
*Colaborou Denilson Boaventura