O governo brasileiro condenou nesta quarta-feira (31) o ataque aéreo que horas antes matou o líder da ala política do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, a capital do Irã.
Em comunicado, o Itamaraty afirmou que o Brasil repudia o “flagrante desrespeito” à soberania e à integridade territorial do Irã e que atos de violência “não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio”. “Tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns.”
O texto ainda pede a todos os envolvidos que ajam com máxima contenção para evitar um grande conflito na região, “que poderia resultar em muitas mortes de civis e inocentes”.
Antes, diversos países haviam reagido à morte de Haniyeh. Diante da acusação feita pelo Irã e pelo Hamas de que Israel foi responsável pelo ataque, os Estados Unidos, principais aliados de Tel Aviv, disseram não ter conhecimento prévio do assassinato nem envolvimento na sua execução.
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, disse apenas que um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas é imperativo, sem citar o ocorrido em Teerã.
A Rússia, aliada do Irã, alertou para possíveis consequências do ataque na região. “Trata-se de um assassinato político totalmente inaceitável que provocará uma nova escalada de tensões”, afirmou sua chancelaria.
A Turquia também criticou o ataque, que descreveu como um “assassinato desprezível”, e afirmou que seu objetivo era regionalizar a guerra em Gaza.
A China disse estar preocupada e condenou o assassinato, enquanto o Qatar, onde vivia Haniyeh, chamou o ato de “crime atroz” e fez uma alerta contra uma “escalada perigosa” na região.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) estava a poucos metros de Ismail Haniyeh horas antes de o líder político do Hamas ser morto. Eles estavam em Teerã para a posse do novo presidente do Irã, Masud Pezeshkian, na terça (30).
Imagens da TV Press, emissora do país persa, mostram Alckmin sentado na mesma fileira em que estava Haniyeh, a apenas três cadeiras de distância.