Blocos no Rio e em SP tiveram Oscar, coro ‘sem anistia’, calor e sertanejo
Calor típico desta época do ano elevou a temperatura dos corpos na multidão e teve quem passasse mal


(FOLHAPRESS) – As indicações do filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” ao Oscar marcaram o tom dos blocos de rua no Rio e em SP.
Fantasias remetendo à premiação e à atriz Fernanda Torres pipocaram pelas capitais carioca e paulista. Muitos blocos puxaram o coro “Sem anistia” e os foliões foram junto. E as batidas de leques se somaram aos batuques dos blocos.
O calor típico desta época do ano elevou a temperatura dos corpos na multidão e teve quem passasse mal. Jatos de água de caminhões-pipa tentaram amenizar os suores e trazer maior conforto para quem estava na rua.
Só deu Oscar e Fernanda Torres ‘totalmente aclamada’ nos blocos. Tanto no Rio quanto em São Paulo, a premiação foi um dos temas mais comentados, com fantasias que iam de Fátima, de Tapas e Beijos, até a própria estatueta.
O clima de comemoração pelo cinema brasileiro contagiou todos os blocos. Com gritos de torcida pela atriz e pelo filme, os foliões entraram em clima de Copa para celebrar a presença de “Ainda Estou Aqui” no Oscar, que acabou levando Melhor Filme Internacional.
Coro ‘Sem anistia’ ecoou pelos blocos. Dando um tom político ao Carnaval, inclusive com a temática de “Ainda Estou Aqui”, os foliões expressaram-se com gritos de “Sem anistia!”, especialmente no samba-enredo do bloco Simpatia, no Rio.
Além dos gritos, o som que contagiou o Carnaval foi a batida de leques. Para dar conta do calor, muitas pessoas levaram leques aos bloquinhos, que também usaram para acompanhar as batidas das músicas – inclusive marcando presença no desfile da Terceiro Milênio e Tuiuti.
Jatos d’água e caminhão-pipa para amenizar o calor. Com o calor intenso, as prefeituras e os blocos focaram em encontrar maneiras de amenizar o calor pesado, decidindo por organizar caminhões-pipa e também distribuir copos d’água.
Em São Paulo, a prefeitura distribuiu quase 900 mil copos d’água. Devido às altas temperaturas, passando dos 30ºC todo dia, tanto a prefeitura de SP quanto a do Rio focaram em amenizar a temperatura, mantendo a população hidratada.
Teve folião que passou mal com as altas temperaturas no Fervo da Lud e no Bloco da Pabllo, em SP. Ainda assim, com as grandes multidões e altas temperaturas, foliões acabaram passando mal nos blocos mais populares, como o Fervo da Lud, no Rio, e o da Pabllo, em SP.
Além do atendimento médico, a Polícia Militar também esteve de olho no Carnaval, batendo mais de 500 prisões no Rio.
A organização ficou focada em garantir a segurança do Carnaval 2025, utilizando tecnologia de reconhecimento facial, com câmeras espalhadas por blocos de rua, orla marítima e pela área da Sapucaí.
Em 2025, blocos famosos se despediram, como o ‘Imprensa Que Eu Gamo’, e outros cancelaram desfile por crítica a patrocínio, como o Bangalafumenga.
Blocos clássicos no Carnaval criticaram o modelo de patrocínio e as gestões das prefeituras, que, na visão deles, dificultam a organização de uma festa deste tamanho.
“Nossa vocação não nos permite mais normalizar a apropriação da festa. Trabalharemos de forma pragmática, organizada para reverter esse contexto. O futuro do Carnaval de Rua do Rio precisa mudar agora”, disse a Bangalafumenga via redes sociais.
Famosos marcaram presença em blocos, como o Favorita e Cordão da Bola Preta, no Rio. No Cordão da Bola Preta, Paolla Oliveira marcou presença, junto com nomes como Leandra Leal e Juliana Knust, já no Favorita, Paloma Bernardi, Cris Vianna, Carol Sampaio e mais famosos decidiram comparecer.
Teve até Daniela Mercury antes do pós-Carnaval em SP. Daniela Mercury decidiu cantar no bloco Agrada Gregos, em São Paulo, ao invés de na Bahia, dizendo que “Meu sonho de ver uma São Paulo mais colorida e diversa se realizou”.
E a diversidade do Carnaval deu espaço a estilos diferentes, como o tecnobrega. Teve até ‘Carnavalsa’ em bloco que completou 15 anos – trazendo a cultura do Pará, e o piseiro nordestino, o bloco Fogo e Paixão contou com hits de Gaby Amarantos, João Gomes e mais.
E o sertanejo ganha cada vez mais espaço com blocos voltados aos fãs do gênero. Mas se engana quem pensa que a música vai ser só moda de viola.
Com cantores do ritmo em blocos no Brasil inteiro, o gênero tomou as ruas com força, mas, sempre abrindo espaço para outros estilos também.