Psicólogo explica sobre impactos da geração Z no meio corporativo: “não gostam do trabalho, viram as costas e vão embora”

Apesar de diferenciais ante a geração passada, especialista destacou que os Z's têm muito a oferecer

Davi Galvão Davi Galvão -
Jadson Medeiros, psicólogo com MBA em Desenvolvimento Humano, Psicologia Positiva e Bem-estar nas organizações e gerente de Recursos Humanos da Yutá Inc. (Foto: Divulgação)
Jadson Medeiros, psicólogo com MBA em Desenvolvimento Humano, Psicologia Positiva e Bem-estar nas organizações e gerente de Recursos Humanos da Yutá Inc. (Foto: Divulgação)

Por mais que a geração Z – formada por jovens nascidos entre 1995 e 2010 – tenha ganhado uma “má-fama” no ambiente corporativo, não há muita escapatória e as empresas já estão tendo de se adaptar a essa nova força de trabalho.

Tanto é que, até o fim de 2025, a geração Z representará 30% dos empregados globais, segundo dados da consultoria McKinsey. Atualmente, esse grupo já corresponde a 25% dos profissionais ativos no mundo.

Conforme estudos, os Z´s tendem a promover uma disruptura em relação a outras gerações e o mercado de trabalho. Isso porque, há uma tendência que esse público priorize a vida pessoal em detrimento da ascensão profissional.

Por conta disso, cerca de 62% deles não desejam ocupar cargos de gestão, além de também serem marcados pelo imediatismo:

“E eles não tem muito problema quanto a mudanças, se não deu certo, não gostaram do trabalho, viram as costas e vão embora. São desapegados”, diz Jadson Medeiros, psicólogo com MBA em Desenvolvimento Humano, Psicologia Positiva e Bem-estar nas organizações.

Apesar dos desafios de adaptação, Jadson destaca que os Z’s têm muito a oferecer. “Eles se engajam profundamente quando existe alinhamento de valores com a empresa. São multitarefas, lidam bem com mudanças e têm uma mentalidade mais flexível, diferente da geração X, que é mais resistente por ter crescido em um mundo com transformações mais lentas”, compara.

E na prática?

Na Yutá Inc., onde Jadson atua como gerente de RH, 35% dos colaboradores têm até 30 anos e a empresa já desenvolve estratégias para acolher esse público.

“O primeiro passo é conectar o colaborador ao propósito da organização, ainda no processo seletivo. Esse alinhamento é incentivado pela própria liderança, que também é jovem”, afirma.

Entre as práticas internas da Yutá está o Projeto Cumbuca – um “clube do livro” voltado ao autodesenvolvimento pessoal e profissional. A companhia também aposta em planos de carreira e desenvolvimento individual. “O objetivo é engajar os jovens tanto com o propósito da empresa quanto com o seu próprio”, pontua Jadson.

A assistente de marketing Renata Elvira de Andrade Carvalho, 27 anos, é um exemplo da integração da geração Z ao ambiente de trabalho da Yutá.  Após se formar em radiologia técnica sem grande afinidade com a área, ela perdeu o emprego durante a pandemia. Foi então que ingressou na empresa como recepcionista, passando por funções comerciais até chegar à equipe de marketing.

Renata Elvira, 27 anos, assistente de marketing, fala das incertezas durante o início da carreira profissional. (Foto: Divulgação)

Renata Elvira, 27 anos, assistente de marketing, fala das incertezas durante o início da carreira profissional. (Foto: Divulgação)

“Participar do Projeto Cumbuca me ajudou a entender meu papel e me conectar com a empresa”, afirma. Hoje, ela se sente realizada com a rotina mais dinâmica e planeja seguir na área. “Trabalhar com algo que a gente não gosta é péssimo. Quando não nos identificamos com a função, não faz sentido continuar”, resume.

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