Indiciados por nove crimes, Karine Gouveia e PC Segredo são soltos após anulação do STJ
Inquérito da PCGO, concluído em março, apontava que, juntos, eles responderiam a 126 indiciamentos


A falsa biomédica Karine Gouveia e o marido dela, PC Segredo, responsáveis por clínicas de estética que teriam deformado diversos pacientes em Anápolis e Goiânia, estão novamente soltos após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular a prisão preventiva.
Na decisão, emitida na noite desta sexta-feira (09), o ministro Carlos Cini Marchionatti reconheceu a validade de uma determinação anterior da Corte, quando a prisão havia sido substituída por medidas cautelares.
O casal estava detido desde 12 de março, após tentarem interferir nas investigações. Segundo a Polícia Civil (PC), os suspeitos estariam utilizando manobras para atrapalhar o desenrolar dos procedimentos.
Para isso, eles teriam, por exemplo, contratado advogados que acompanhassem e manipulassem as declarações dos demais investigados.
Em nota, o advogado de Karine Gouveia afirmou que o STJ “reconheceu que não houve qualquer descumprimento das cautelas impostas”, e que “a prisão nunca deveria ter sido decretada”.
Já a defesa de Paulo César Dias alegou que “a prisão foi uma medida desproporcional e absolutamente injustificada”, e que o relator “acolheu integralmente a tese defensiva”.
Longa investigação
O caso era apurado pela corporação desde fevereiro de 2024, sendo que o inquérito foi concluído apenas em março de 2025.
Como detalhado pelo delegado Daniel Oliveira, da 4ª Delegacia de Polícia de Goiânia, Karine e Paulo César foram indiciados por nove crimes diferentes.
Entre eles, estavam organização criminosa, exercício ilegal da medicina, lesão corporal gravíssima e estelionato. A esses dois últimos delitos, cada um dos autores foi indiciado 28 vezes.
Várias vítimas
Cerca de seis mil pacientes passaram pelas clínicas administradas por Karine Gouveia durante os anos de 2018 e 2019, período em que o PMMA e o óleo de silicone – impróprios para operações estéticas – eram utilizados com mais frequência pelos profissionais.
Destas, quase 100 pessoas se apresentaram à Polícia Civil, que apura para identificar se elas receberam, realmente, a aplicação das substâncias.
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