Com mais de 240 mil toneladas por ano, China domina 70% do mercado de enguias e transforma a proteína em uma das mais valiosas do mundo
O país controla quase toda a produção global e impulsiona a enguia a patamares inéditos de valor

A ascensão da China no mercado de enguias mudou completamente a dinâmica mundial da espécie. Hoje, o país é responsável por mais de 70% da produção global, movimentando mais de 240 mil toneladas por ano e sustentando uma indústria que cresce mesmo diante da queda das populações selvagens em outras partes do mundo.
O domínio chinês não surgiu por acaso: ele combina tecnologia, aquicultura intensiva e uma demanda interna que supera a de qualquer outro país.
Esse avanço transformou a enguia em uma proteína de alto valor econômico, especialmente na Ásia, onde o consumo está ligado à tradição culinária e ao prestígio cultural.
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Com a popularidade crescente em mercados internacionais, o preço disparou e a espécie se tornou uma das proteínas mais valiosas do setor de pescados. É nesse cenário que a China consolidou um modelo industrial capaz de atender o consumo local e abastecer restaurantes do mundo inteiro.
Como a China estruturou um sistema de criadouros que abastece a maior parte do planeta
O segredo do domínio chinês está no uso de criadouros altamente controlados, capazes de recriar condições ideais para o desenvolvimento da enguia.
Esses centros utilizam tanques profundos, circulação constante de água e alimentação específica para acelerar o crescimento, reduzindo o tempo de produção sem comprometer o sabor ou a qualidade do produto final. Essa estrutura garante oferta estável durante todo o ano, algo que poucos países conseguem alcançar.
Outro ponto decisivo é a escala. Enquanto outras nações dependem da captura de enguias jovens na natureza, a China investiu em sistemas que multiplicam a produção de forma contínua.
Isso permite que a indústria funcione mesmo quando estoques naturais estão em declínio global, garantindo abastecimento e vantagem econômica diante dos concorrentes.
Por que a enguia se tornou uma das proteínas mais valiosas do mundo
A enguia sempre foi um alimento tradicional em países como Japão, Coreia e China, mas o valor cresceu quando a demanda passou a superar a oferta internacional.
Como muitas populações selvagens diminuíram nas últimas décadas, os preços subiram e a enguia passou a ser tratada como uma iguaria de luxo. Restaurantes especializados pagam caro pela proteína, especialmente no preparo de unagi e pratos similares.
A China conseguiu ocupar rapidamente esse espaço. Com produção estável e capacidade de exportar grandes volumes, o país se tornou referência no mercado premium.
Essa combinação de tradição culinária, escassez global e eficiência industrial colocou a enguia entre as proteínas mais valorizadas atualmente.
O impacto econômico de um mercado dominado por um único país
O controle chinês sobre o setor influencia preços, negociações internacionais e até políticas de conservação. Como o país determina o volume disponível no mercado, ele afeta diretamente o valor cobrado em restaurantes e distribuidoras ao redor do mundo.
Isso também estimula investimentos em pesquisa para melhorar a eficiência dos criadouros e reduzir custos de produção.
Ao mesmo tempo, o domínio chinês pressiona outras nações a repensarem suas estratégias de pesca e aquicultura. Alguns países estudam maneiras de desenvolver sistemas próprios para competir, enquanto outros tentam fortalecer políticas de preservação para evitar o declínio das espécies nativas.
Como o consumo interno impulsiona a indústria e mantém o setor em expansão
A demanda interna chinesa desempenha papel central nesse cenário. A enguia é um alimento associado a festividades e pratos tradicionais, o que garante consumo constante ao longo do ano.
Essa procura elevada mantém o setor aquecido, incentiva a abertura de novos criadouros e estimula a inovação tecnológica. Com o mercado interno crescendo, a China consegue planejar produção em larga escala e manter sua liderança global.
Mesmo com desafios ambientais e debate internacional sobre sustentabilidade, a tendência é que a indústria chinesa continue se expandindo. A proteína ganhou valor, prestígio e mercado — e a capacidade produtiva do país mantém esse crescimento estável.
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