Antônio Gomide recebeu R$ 2 milhões da JBS, afirma delator à Lava Jato
Em vídeo, Ricardo Saud diz que montante foi repassado durante campanha do ex-prefeito de Anápolis a governador de Goiás
A liberação dos depoimentos de delação da JBS à Operação Lava Jato puxa o primeiro político de Anápolis para o escândalo que para o país.
Antônio Gomide, ex-prefeito da cidade entre janeiro de 2009 e abril 2014, e atual vereador com maior votação no último pleito à Câmara Municipal, foi citado por Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais e Governo da holding J&F, controladora da JBS, dos irmãos goianos Joesley e Wesley Batista.
Conforme dito pelo executivo, Gomide recebeu o montante de R$ 2 milhões durante a campanha em que ele concorreu ao Governo do Estado, em 2014. A revelação de Saud foi gravada pelos procuradores da Lava Jato, e divulgada pelo blog O Antagonista, na tarde desta sexta-feira (19). Veja a partir de 5m32s:
Embora não fique claro no vídeo se os recursos partiram de doação oficial ou caixa dois, não há na prestação de contas da campanha de Gomide a governador nenhuma menção a um aporte neste valor.
Com a palavra, o vereador Antônio Gomide
Por ocasião das informações veiculadas por um executivo do Grupo JBS envolvido em ações ilícitas, venho afirmar que:
– É mentira que nossa campanha ao Governo de Goiás de 2014 tenha recebido qualquer valor ilícito ou de origem desconhecida oriundo do grupo JBS ou de qualquer outro doador ilícito como foi atribuído em sua delação de forma irresponsável;
– É caluniosa a citação do meu nome sem qualquer lastro de veracidade ou sem ao menos a apresentação de quaisquer provas, sejam por documentos, áudios ou vídeos que comprovem o absurdo insinuado;
– Informo ainda que as doações da campanha de 2014 que foram feitas pelo PT Nacional foram devidamente registradas em nossa prestação de contas registrada no TSE;
– Informo que nosso comitê de campanha não tem ou teve qualquer ascendência sobre a prestação de contas ou mesmo as captações feitas pelo PT Nacional, principal doador de nossa campanha;
– Informo que não conheço e nem nunca vi ou ouvi dizer este sujeito. E, por ser mentira o que ele afirma, pretendo interpelá-lo judicialmente por ter feito uma irresponsável citação de meu nome a fim de se livrar dos crimes que cometeu;
Reiteramos nosso compromisso com a verdade e com a transparência, como temos nos pautado em nossa vida e atuação política.