Justiça manda Gomide pagar mais de R$ 1,4 milhão por problemas em campanha
Defesa vai fazer de tudo para que Gomide consiga disputar a eleição deste ano e não pague o débito milionário
Visto como o maior potencial do Partido dos Trabalhadores (PT) para conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), ou até mesmo disputar o Governo Estadual, Antônio Gomide pode não conseguir ser candidato a nada e ainda pagar mais de R$ 1,4 milhão por problemas na prestação de contas da campanha dele em 2014 ao Palácio Pedro Ludovico.
No último dia 20 de fevereiro o Tribunal Regional Eleitoral em Goiás (TRE-GO) rejeitou os embargos de declaração que a defesa do ex-prefeito de Anápolis apresentou. Como o processo já transitou em julgado, a Corte também determinou que a Advocacia Geral da União (AGU) atualize os valores devidos pelo hoje líder do PT na Câmara Municipal.
Em conversa com a reportagem do Portal 6, a defesa de Gomide disse enxergar “vícios de nulidade no processo” e avisa que vai pedir a suspensão da ação executória no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de tentar emplacar no próprio TRE uma nova ação para voltar o processo a estaca zero.
O objetivo é fazer de tudo para que Gomide consiga disputar a eleição deste ano e não pague o débito milionário imposto pelo TRE.
“É uma situação enfrentada por vários outros ex-candidatos em 2014, mas que no caso do Gomide há nulidades como o vice [Tayroni Di Martino] que deixou de ser candidato e sequer foi intimado no processo”, se queixa o advogado do petista, Diogo Gonçalves Mota.
O Portal 6 tentou contato com Tayroni Di Martino, ex-companheiro de chapa de Gomide, mas não obteve sucesso.
Com a palavra o ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide
Sobre os questionamentos do TRE quanto à prestação de contas da eleição de 2014, cabe esclarecer que:
1. Esta é uma decisão de primeira instância, cabendo ainda novos recursos e novas ações onde a execução não transitou em julgado;
2. Quem fez, e faz, a arrecadação e o repasse de verbas para campanha é a direção do Partido dos Trabalhadores. É o partido quem faz o pagamento dos gastos, NÃO HAVENDO NENHUM depósito de dinheiro nas contas dos candidatos, de deputados a governador;
3. Quem presta contas são os responsáveis técnicos, como advogados e contadores, mediante orientação do diretório do Partido dos Trabalhadores e não os candidatos a qualquer cargo eletivo;
4. A prestação de contas das eleições de 2014 é alvo de questionamento de diversas outras candidaturas, tanto proporcionais quanto majoritárias, por conta das alterações promovidas no formato da prestação de contas;
5. Prova disto é que outros nomes da política goiana passam pelo mesmo questionamento. Marconi Perillo (PSDB) – então candidato a governador – foi instado a pagar R$ 1 milhão e Wilmar Rocha (PSD), então candidato ao Senado, a pagar R$ 2,85 milhões. Todos os casos são fruto do mesmo tipo de apuração realizada pelo TRE.