Os possíveis porquês da 99, maior concorrente da Uber no Brasil, desistir de Anápolis
Previsão da empresa era iniciar a operação do serviço já em janeiro, mas houveram percalços pelo caminho
Principal startup nacional de mobilidade urbana, e maior concorrente da Uber no Brasil, a 99 chegou a anunciar em dezembro do ano passado que entraria com tudo no mercado de Anápolis.
A previsão era iniciar a operação do serviço já em janeiro. Porém, cinco meses se passaram e a única versão que funciona na cidade é a da antiga 99 Taxi, usada por poucos taxistas locais antes mesmo da chegada da Uber em fevereiro de 2017.
Procurada pelo Portal 6, a 99, via assessoria de imprensa em Goiânia, após seis dias de espera, preferiu não falar sobre o assunto.
A reportagem, no entanto, após conversar com motoristas de aplicativos como Uber e Me Leva, identificou os possíveis motivos para a 99 ter desistido de Anápolis.
O primeiro deles seria a concorrência. A Uber domina mais de 90% do mercado anapolino e querer enfrentá-la, como a Me Leva tenta, obrigaria um investimento agressivo em marketing e publicidade, além de promoções diversas para clientes.
A 99 também teve dificuldades em implementar o sistema de viagens em Anápolis, mesmo com o ensaio do aplicativo aberto aos taxistas.
Por fim, a DiDi Chuxing, empresa chinesa e dona da maior plataforma móvel de transporte do mundo, comprou a 99 no início do ano por R$ 960 milhões. Uma aquisição como essa naturalmente coloca em estado de repouso, ou elimina, manobras e investimentos de considerados arriscados ou que demorariam a ter lucro.
Motoristas de Anápolis que chegaram a se cadastrar como parceiros na plataforma foram aconselhados a circular em Goiânia. “Liguei o aplicativo da 99 lá [na capital] e não gostei. Só fiz uma viagem e desinstalei o aplicativo”, contou decepcionado um quase parceiro da empresa.