Editorial: Zoofilia é crime e comportamento de vereadora em entrevista foi omisso e inadequado

Thaís Souza, que sempre teve no Portal 6 um veículo para divulgar as ações de seu mandato e da causa animal, prefere atacar o site e intimidar jornalista mesmo estando errada

Carlos Henrique Carlos Henrique -
Editorial: Zoofilia é crime e comportamento de vereadora em entrevista foi omisso e inadequado

A reação da vereadora Thais Souza (PSL) à reportagem do Portal 6, publicada na tarde de ontem (07), repercutindo que ela riu e nada disse ao ouvir o ex-prefeito de Piracanjuba Amauri Ribeiro contar que teve relações sexuais com cabras, apenas reforça que a parlamentar prefere direcionar suas energias para atacar este veículo de comunicação, e o jornalista que assina o texto, do que fazer uma defesa intransigente, consciente e didática da causa animal, que tanto lhe deu prestígio, mandato parlamentar e espaço na imprensa. Espaço, inclusive, e muito recorrente, no Portal 6.

Desde que tomou posse como vereadora, em janeiro do ano passado, o Portal 6 não somente repercutiu as boas ações da parlamentar como também sempre foi solícito às solicitações dela para noticiar e ajudar na divulgação das atividades da Associação Protetora e Amiga dos Animais (ASPAAN) Anápolis. Foram mais de 20 reportagens em que Thaís foi destaque, ouvida como comentarista ou fonte para falar, em sua maioria, sobre pautas relacionadas à causa animal.

Em todas essas ocasiões Thaís Souza nunca veio a público para agradecer o Portal 6 ou aos jornalistas que a ouviram, mesmo isso sendo desnecessário. Porém, na primeira vez em que o site publica uma reportagem de cunho negativo, repercutindo a ausência de ação dela sobre algo tão nojento e criminoso que é a zoofilia, Thais preferiu a tática mais antidemocrática e desesperada possível que é desqualificar um órgão de imprensa, prática comum de políticos imaturos e emocionalmente vulneráveis.

No vídeo em que aparece atacando diretamente o Portal 6 e o jornalista Danilo Boaventura, a vereadora Thais Souza em momento algum usa argumentos para refutar que ela foi omissa ou teve reação inadequada ao ouvir que um ser humano usou um animal indefeso para satisfazer suas curiosidades ou desejos sexuais.

Durante a entrevista por telefone, em que foi instada a se manifestar sobre o episódio – e chegou a insinuar que processaria o repórter caso ele publicasse a matéria, Thaís deu um dado estarrecedor sobre o comportamento criminoso da zoofilia em Anápolis. Disse ela que na ASPAAN local há cinco animais resgatados após serem estuprados por humanos e citou um caso recente em que um homem foi flagrado estuprando um cachorro no Filostro Machado, bairro da região Leste da cidade.

Pode-se concluir, a partir desta informação trazida pela vereadora, que o estupro de animais não é algo isolado e que só ocorria na zona rural ‘de antigamente’, como ela tentou justificar o ex-prefeito de Piracanjuba. Essa aberração e vilipêndio também acontece nos dias de hoje e muito próximo de todos nós.

Quando ouviu alguém, um colega da política, contar que ele e os irmãos abusavam de cabras, Thaís ao invés de usar a oportunidade para dizer que isso é crime e persiste ainda hoje, preferiu rir da situação, como se não carregasse na testa uma bandeira tão importante e urgente que é a defesa da causa animal.

Seria bonito. Corajoso. Didático. Necessário!

Poderia ser feito com elegância, respeito ao convidado do programa ou até mesmo com o fígado – do modo como demonstra agora ao atacar o Portal 6 e seu profissional. Mas não, Thaís riu. Chocando e decepcionando quem a acompanha. Foi grave, constrangedor e deletério para ela.

Imagine Luisa Mell, a ativista da causa animal mais conhecida do país, diante daquela situação. Ela teria rido? Não teria dito nada? Dispondo da informação de que cinco cachorros estuprados estão abrigados na ASPAAN de Anápolis, ela perderia a oportunidade de tornar isso público? Havia momento mais adequado e oportuno para recriminar a zoofilia como que aquele?

Se a única resposta que cabe é “com certeza”, dá para entender o porquê da reportagem do Portal 6.

O papel da imprensa, sobretudo com políticos, é sempre escrutiná-los em suas incoerências, omissões, ações, desejos. E isso, de maneira alguma, é ser “tendencioso”, como acusa Thaís e sua grei. O Portal 6, como imprensa, fez a parte dele porque Thais, como vereadora e ativista, não fez a dela neste episódio.

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