Morte de merendeira choca Pirenópolis e pode ter consequências psicológicas para as crianças
Dona Sônia foi pisoteada por vacas ao tentar pegar transporte escolar e estudantes assistiram a cena de horror
Na Escola Municipal Santo Antônio, instalada no povoado de Santo Antônio, em Pirenópolis, todo mundo tinha um carinho especial por Sônia Fátima dos Santos Rezende, de 55 anos.
Muito solidária, a Dona Sônia era um exemplo de dedicação. Servidora efetiva do administrativo, ela topou exercer a função de merendeira para suprir essa necessidade da instituição e não deixar as crianças com fome.
E a garotada e os professores reconheciam isso. Não só eles, mas também todo o povoado de Santo Antônio – que fica na zona rural e distante do Centro do município histórico.
Nesta quinta-feira (06), não houve merenda na escola, nem aula. E nesta sexta-feira (07), as portas da unidade de ensino continuarão fechadas. As aulas devem voltar somente na segunda-feira (10), quando encerra-se o luto.
Mas as crianças nunca esquecerão de Dona Sônia, principalmente as que estavam na van e viram, sem poder fazer nada, ela ser atacada e pisoteada por vacas enquanto se dirigia até o veículo que a levava todos os dias para o trabalho.
Os motoristas do transporte escolar, que se revesam na condução, tentaram salvá-la dos animais. Dona Sônia foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) até o Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime, mas não resistiu.
Tudo aconteceu muito rápido. Coube a um genro dela se dirigir até a Delegacia de Pirenópolis e registrar o óbito. O clima, no povoado de Santo Antônio, é de incredulidade, tristeza e também indignação.
Para alguns moradores, os responsáveis pelo pasto que Dona Sônia tentou atravessar nesta manhã deveriam ter mais atenção. Eles relatam que não há nenhum tipo de vigilância no local e esperam que, com essa fatalidade, isso mude.