Funerária de Anápolis confirma enterro de homem com suspeita de Covid-19 com fatos estranhos

HUANA e Prefeitura ainda não se manifestaram formalmente sobre o assunto

Rafaella Soares Rafaella Soares -

Um homem de identidade ainda não revelada morreu na noite desta sexta-feira (03) com suspeita de COVID-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Proprietário da Funerária São Pedro, que ficou responsável por buscar o corpo e organizar o sepultamento, Genes Estevam D’abadia contou ao Portal 6 que recebeu um chamado por volta de 20h30 para ir ao Hospital de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (HUANA).

“O HUANA ligou para nós falando que tinha um corpo para sepultar. Eu disse que tinha que esperar a família nos procurar para solicitar o atendimento e disseram que o cemitério já estava esperando para enterrar e que a pessoa que morreu era um morador de rua que não tinha condições de pagar”, explicou.

“Saindo do hospital, apareceu um pessoal dizendo que era da família e nos acompanhou até o cemitério [Parque, na região Sudoeste]. Os coveiros estavam esperando e a gente foi para cova. Uma mulher falou que era a filha e pediu para fazer oração antes do enterro. Não demorou nem dois minutos e a gente sepultou”, acrescentou.

De acordo com Genes, os familiares do homem, que estavam dirigindo uma Volkswagen Amarok e um Toyota Corolla, questionaram à funerária o por quê de ele estar sendo enterrado tão rápido e “de qualquer jeito”.

“Falei que estava cumprindo ordem do hospital e da Secretaria Social, que ligou falando para eu fazer a doação da urna. Nesse procedimento de doação precisam mandar antes um documento por escrito, mas foi tão rápido que nem foi feito. Mentiram para que a gente fizesse a doação, foi um constrangimento. A família está contrariada e disse que queriam pagar, escolher a urna”, relatou.

Os filhos do homem, segundo o proprietário da funerária, também contaram que ele vivia em uma fazenda e havia sido internado há 15 dias. Primeiro teria passado pelo Hospital Evangélico Goiano (HEG) e, em seguida, levado para o HUANA com síndrome respiratória aguda grave (SARS).

Para buscar o corpo e realizar o sepultamento, os funcionários da funerária tiveram de atender a protocolos para evitar contágio, justamente pela suspeita da vítima estar com a doença.

“A gente usou luva, máscara e um avental branco. Assim que a gente foi pegar o corpo, ele estava zipado no saco plástico e não foi aberto. Colocamos dentro da urna, lacramos e passamos com álcool 70 na urna toda por fora. Na hora de tirar a luva tomamos todo cuidado e até nas maçanetas dos carros a gente bateu álcool para não ter problema”.

O Portal 6 entrou em contato com as assessorias de comunicação do HUANA e da Prefeitura de Anápolis e ainda aguarda o retorno de ambas.

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