Justiça Federal arquiva segundo inquérito sobre facada contra Bolsonaro
Inquérito poderá ser reaberto se novas provas aparecerem e as diligências pendentes forem autorizadas
A Justiça Federal em Minas Gerais decidiu na terça-feira (16) arquivar provisoriamente o segundo inquérito aberto para apurar a participação de terceiros no atentado cometido por Adélio Bispo contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018.
Na decisão, o juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal em Juiz de Fora (MG), aceitou pedido de arquivamento feito pelo Ministério Público Federal (MPF). Para o órgão, as investigações realizadas deram conta que Adélio agiu sozinho e não há indícios de que ele tenha se encontrado com um cúmplice ou que tenha recebido dinheiro para executar a facada.
O juiz responsável pelo caso também decidiu que o inquérito poderá ser reaberto se novas provas aparecerem e as diligências pendentes forem autorizadas, como a quebra de sigilo dos advogados que se apresentaram para fazer a defesa de Adélio após o ataque. A Polícia Federal chegou a pedir autorização para acessar os celulares dos defensores e descobrir se houve pagamento de honorários, mas uma decisão suspendeu a investigação.
“Esgotadas todas as diligências investigativas – à exceção da análise do conteúdo do aparelho de celular do principal advogado de defesa de Adélio Bispo de Oliveira, cuja diligência restou sobrestada por força de decisão liminar proferida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, acolho a promoção de arquivamento apresentada pelo Ministério Público Federal”, decidiu o magistrado.
Em junho do ano passado, o juiz absolveu Adélio Bispo pela facada. A decisão foi proferida após o processo criminal que o considerou inimputável por transtorno mental.
Na decisão, o magistrado decidiu também que ele deveria ficar internado em um manicômio judiciário por tempo indeterminado. No entanto, diante da periculosidade do acusado, Adélio permaneceu no presídio federal de Campo Grande, onde está preso desde o atentado.
Conforme denúncia feita pelo MPF, o acusado colocou em risco o regime democrático ao tentar interferir no resultado das eleições por meio do assassinato de um dos concorrentes na disputa presidencial.
A defesa de Adélio afirmou que ele agiu sozinho e que o ataque foi apenas “fruto de uma mente atormentada e possivelmente desequilibrada” por conta de um problema mental.