Sonho de ter casa na praia fez família viver pesadelo inacreditável em São Paulo

Foi por causa de um anúncio da internet que eles tiveram falência decretada

Gabriella Licia Gabriella Licia -
Sonho de ter casa na praia fez família viver pesadelo inacreditável em São Paulo

Uma situação um tanto quanto frustante que aconteceu recentemente com uma família de São Paulo, na cidade de Iperó, tem escandalizado internautas em todo o país.

Isso porque a vendedora Rilavia Soares, de 53 anos, e o marido dela, o comerciante Enivaldo Braz, de 50 anos, tinham um sonho de saírem do interior e recomeçarem do zero a vida em uma casa no litoral do estado.

Procurando em anúncios na internet, Rilavia acabou encontrando uma corretora que anunciava algumas casas na Baixada Santista por valores bem inferiores aos praticado pelo mercado. Interessada em fazer negócio, ela entrou entrou em contato com a “profissional” imediatamente.

Na cidade de Itanhaém foi encontrado pela vendedora uma casa no valor de R$90 mil, e, por mensagem privada, ela e a corretora iniciaram com as negociações.

Foto: G1 Santos

Em entrevista ao G1, Rilavia contou que a corretora apresentava estar bem empenhada, mandava mensagens todos os dias e vez ou outra diminuía a oferta alegando que o proprietário do imóvel estaria com muita pressa para vender a casa.

De acordo com a mulher, a “profissional” era sempre muito simpática.

“Ela me mandava bom dia todos os dias, era sempre muito educada. Sabe aquela pessoa que estava te conquistando?”, relembra Rilavia.

Negócio fechado

O casal, junto da filha de 24 anos, finalmente foi conhecer a residência, viajando por 200 km para analisar de perto o estado do imóvel.

A corretora e o “supervisor” estavam com as chaves do lugar, mas um fato chamou muito atenção da família – a porta externa parecia estar arrombada, sendo fechada apenas por um pedaço de madeira.

“Questionei e ele disse que o proprietário alugava o espaço para festas e, em uma delas, um grupo de jovem acabou quebrando a estrutura”, explicou Rilavia.

A última oferta foi feita lá mesmo e o negócio foi fechado por R$55 mil e a casa no litoral tão sonhada seriam deles.

Com o trato feito, o casal decidiu vender todos os bens. Casa, carro, alguns móveis e outras bens por liquidação. Até os empregos que tinham foram abandonados para recomeçarem a vida na nova residência.

Apenas duas condições foram imposta pela corretora: o pagamento teria de ser à vista, via transferência bancária ao proprietário, e que os registros dos documentos necessários fossem feitos no Cartório da Lapa, na capital paulista, pois o dono seria de lá e não conseguiria vir à região para assinar os papéis.

Assim foi feito, os papéis foram todos assinados no cartório solicitado e o dinheiro foi debitado na conta da sobrinha do “supervisor” pois, segundo ele, estaria devendo pro banco.

Alguns dias depois, a família precisou de um comprovante de residência da casa nova e recorreu à corretora.

“Foi quando outra mulher atendeu. Ela disse que a corretora estava no hospital com a filha e que me retornaria assim que pudesse, mas em seguida fomos bloqueados por ela”, relata.

Novamente tentaram contato, mas agora com o suposto chefe da corretora. Ele atendeu à ligação, afirmou que não estaria podendo falar e que retornaria assim que tivesse disponibilidade. Eles também foram bloqueados logo em seguida pelo homem.

Ela enviou os documentos registrados em cartório para alguns conhecidos advogados, que afirmaram que não havia nada de errado com a papelada.

Hora da mudança

A família não poderia ter sido recebida de forma pior. Quando chegaram com as chaves recebidas pela vendedora, as chaves não se encaixavam. Foi preciso chamar um chaveiro para conseguirem entrar. Mas quando abriram as portas foi o tempo das viaturas da Policia Militar chegarem.

O dono verdadeiro da residencia acionou a PM assim que percebeu a casa sendo invadida.

“Me pergunto como é que aqueles dois tinham a chave da casa”, desabafa Rilavia.

“O dono da casa me deu o prazo de algumas horas pra ir embora da casa. Não tínhamos pra onde ir”, completou.

Foram todos encaminhados ao 2º DP de Itanhaém, onde descobriram que a residência estava realmente à venda, mas por R$ 160 mil. Eles registraram boletim de ocorrência por estelionato e foram obrigados a sair da residência.

A mulher entregou todos os prints das conversas que teve com a falsa corretora e o supervisor, e agora a Polícia Civil paulista ficará responsável pela investigação do caso.

Quanto à família, que havia perdido todos os bens, tiveram de pedir ajuda a alguns conhecidos, na cidade de Osasco, em São Paulo, onde puderam se abrigar temporariamente.

Desempregados e falidos, a última opção de salvação foi uma vaquinha online, que ainda está em aberto, contando com a solidariedade das pessoas, para que pudessem arrumar um local para ficarem definitivo.

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