Vereadores de Anápolis aprovam cultos e missas presenciais até mesmo em lockdown

Parlamentares, da esquerda à direita, foram pressionados por pastores e padres às véspera da votação para que atividades religiosas se tornem 'serviço essencial' na cidade

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
Vereadores de Anápolis aprovam cultos e missas presenciais até mesmo em lockdown
Sessão remota da Câmara Municipal de Anápolis. (Foto: Captura de tela/ YouTube)

“Projeto em votação. Os contrários se manifestem”, provocou o presidente da Câmara Municipal de Anápolis, Leandro Ribeiro (PP). A imagem, em plano aberto, que mostra os vereadores na sessão remota desta terça-feira (06) é digna de análise.

Nenhum dos 21 presentes esboçou reação e nem alegria ao votar, e aprovar de forma unânime, a ‘essencialidade das atividades religiosas’ na cidade. Nas últimas horas, pastores, padres e até o bispo-auxiliar da Diocese fizeram pressão sobre os parlamentares para tentar garantir que as igrejas fiquem abertas mesmo quando houver a necessidade de lockdown.

“Recebi mais de 50 ligações”, disse o Professor Marcos (PT), um dos únicos a fazer contraponto a essa ideia. O vereador lembrou que a Câmara estava tomando essa decisão num momento “em que os leitos de UTI e enfermarias estão lotados” e evocou a responsabilidade das ‘lideranças políticas e religiosas quanto ao cumprimento das regras sanitárias e distanciamento entre pessoas’.

Jackson Charles (PSB), líder do prefeito Roberto Naves (PP) no Legislativo anapolino, também lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode dar outro encaminhamento à questão nesta quarta-feira (07), mesmo dia em que os vereadores votarão esse projeto de Lei em segundo turno.

‘Não nos julguem se isso acontecer’, disse o socialista.

Hospital da alma

Estimuladas pelas paróquias e congregações evangélicas, sobretudo da Universal do Reino de Deus, diversos fiéis repetiam em coro no chat de comentários da transmissão da sessão pelo YouTube que ‘igreja é o hospital da alma’.

Não houve lembrança de que famílias de pastores, além de padres e freiras, contraíram o novo coronavírus e não estão mais aqui para dizer o contrário.

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