Respeito acima de tudo e união por quem mais sofre e precisa de nós
Teremos nesta terça-feira uma série de manifestações por todo País. Embora elas se aproveitem da data de comemoração da nossa independência, o 7 de setembro, o que está por trás dessas movimentações, na realidade, é o confronto de correntes ideológicas distintas para se firmarem politicamente, tendo como discurso a defesa da nação. São manifestações muito mais voltadas a um futuro que se avizinha do que a comemorar um feito do passado. Faz parte do jogo.
O problema é que desde a reabertura democrática e a Constituição de 1988, nunca passamos por uma tensão político-institucional como a que atravessamos agora. Vivemos nos últimos anos em um permanente estado de tensão. Isto não é bom para o Brasil. Ainda mais num momento em que ainda atravessamos uma pandemia e uma crise econômica de grandes proporções.
É natural que todos os lados políticos se manifestem em datas com grande carga simbólica, como é o 7 de setembro, mas temos que evitar a radicalização , antes que cheguemos a um ponto da ruptura total do diálogo civilizado que é estabelecido por meio da democracia.
A pandemia, a crise energética, a retração econômica, o desemprego, dentre outras dificuldades, deveriam criar laços entre nós para superar essas dificuldades. Não podemos aceitar, por exemplo, que o Brasil seja um dos maiores produtores de alimentos do mundo e milhões de brasileiros estejam passando fome. Mas se nem os desafios em comum conseguem provocar um mínimo de união e mobilização em torno de um objetivo, nosso conceito de nação fica muito fragilizado.
O 7 de setembro é o grande marco da formação da nossa identidade nacional. Nos tornamos um país grande e forte a partir do momento que passamos a ter soberania sobre nossa terra e os destinos da nossa nação. As diferenças ideológicas podem (e devem) ser manifestadas, mas sem perder de vista que somos um só povo, e que temos à nossa frente grandes problemas que precisam ser solucionados rapidamente.
Márcio Corrêa é empresário e odontólogo. Preside o Diretório Municipal do MDB em Anápolis. Escreve todas as segundas-feiras. Siga-o no Instagram.
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